São Paulo, quinta, 24 de setembro de 1998

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Aumento vinha sendo negado

da Sucursal de Brasília

Há pelo menos três meses o presidente Fernando Henrique Cardoso vinha dizendo que aumentar a carga tributária no país seria uma tarefa impossível de realizar. Ao anunciar ontem a possibilidade de aumentar impostos para conter o déficit fiscal, FHC acabou afirmando o que negava.
No dia 30 de junho, falando para estagiários da Escola Superior de Guerra, FHC disse que, na situação do país à época, "não havia mais espaço para o aumento de impostos". "Hoje, quem falar de imposto é corrido", disse.
Segundo FHC, o Congresso não aprovaria mais impostos para a população. "É dificílimo passar imposto", disse FHC, usando como exemplo a discussão sobre a possível prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
Na mesma oportunidade, FHC disse que "a idéia de que no Brasil se paga muitos impostos não é verdadeira". Citou a cobrança do Imposto de Renda para justificar seu exemplo: "É só comparar com outros países", sugeriu.
Em 14 de julho, FHC disse a um grupo de prefeitos do interior de Minas Gerais que a reforma tributária deveria ser feita de forma "que mais pessoas paguem".
A empresários paulistas ligados à agricultura, à indústria e ao comércio, FHC disse semana passada que não haveria aumento de impostos após a eleição.
Nesta semana, depois que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse no Rio que era possível haver aumento de impostos, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, negou essa possibilidade.


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