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DISCURSO PRESIDENCIAL
Elogio a FHC partiu do Goldman Sachs, de Nova York, para 5.000 clientes em todo o mundo
Para banco dos EUA, atitude é positiva
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
A receita do presidente Fernando Henrique Cardoso para um rápido e profundo ajuste fiscal no
país, sem descartar um acordo
com o Fundo Monetário Internacional e aumento de impostos, foi
saudada como um ato que diferencia um político de um estadista
por analistas do risco Brasil do
mercado financeiro de Nova York.
Dizendo ser "incomum" um
presidente, principalmente a 11
dias das eleições, preparar a população para "apertar os cintos", o
banco de investimentos Goldman
Sachs divulgou uma nota a seus
5.000 clientes em todo o mundo,
qualificando o discurso de FHC
como "extremante positivo".
"O discurso deixou um saldo favorável para a campanha da reeleição porque é um trabalho de
terraplanagem política muito bem
feito, exatamente o tipo de postura
que diferencia um político de um
estadista", disse Paulo Leme, diretor de mercados emergentes do
Goldman Sachs.
"Acreditamos que o objetivo
das duras palavras do presidente é
ser eleito com um forte mandato,
deixando o Congresso e os governadores estaduais com o ônus político de apoiar suas propostas para ajuste fiscal e reformas."
Para o banco de investimentos
Merrill Lynch, o anúncio de medidas econômicas ortodoxas, como
aumento de juros e de impostos,
em tempos de crise para defender
o país de ataques especulativos
fortalece a imagem de líder de
FHC. "Numa crise, mesmo em
época pré-eleitoral, o que se espera de um presidente é uma forte
liderança", disse Eduardo Cabrera, economista para a América Latina do Merrill Lynch.
Paulo Leme disse que os três objetivos mais importantes da proposta fiscal de FHC são: a obtenção de superávits primários expressivos e de equilíbrio nas contas de Estados e de municípios e a
conclusão da reforma da Previdência em outubro.
Os analistas consideram um
acordo formal com as entidades
multilaterais de crédito -FMI,
Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento-, o
que, calculam, daria uma injeção
financeira de US$ 30 bilhões ao
país, tão importante quanto um
rigoroso programa fiscal.
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