São Paulo, Domingo, 24 de Outubro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alíquota diferenciada para servidores públicos pode voltar

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

O governo vai tentar novamente cobrar alíquotas progressivas na contribuição previdenciária dos servidores públicos civis ativos e inativos. A proposta é cobrar mais de quem ganha mais, mas a maior alíquota não deverá chegar a 25%, disse o ministro Martus Tavares (Planejamento).
Segundo ele, um dos questionamentos feitos ao STF (Supremo Tribunal Federal) foi sobre o caráter de confisco de uma alíquota tão elevada. Para não correr risco de ser derrotado novamente, o governo deverá propor alíquota máxima de cerca de 20%, como a já cobrada por alguns Estados.
Ao analisar a contribuição dos inativos (11%, 20% e 25%) e o aumento da contribuição dos ativos com salários acima de R$ 1.200, os ministros do STF consideraram as medidas inconstitucionais. A decisão gerou rombo de R$ 2,3 bilhões no Orçamento de 2000.
Para tentar resolver de forma definitiva o déficit gerado pelas despesas com aposentadorias e pensões dos servidores públicos -R$ 19 bilhões apenas na área federal-, o governo obteve o apoio de 22 governadores e enviou ao Congresso, na sexta-feira, duas propostas de emenda.
Uma permite a cobrança da contribuição previdenciária do servidor público inativo (civil e militar), e a outra prevê a fixação do maior salário que os Estados e os municípios poderão pagar. Nos dois casos, as emendas têm como objetivo reduzir os gastos do setor público com pessoal.
Otimista, Tavares disse que houve consenso entre governo federal e Estados da necessidade de essas medidas serem votadas rapidamente. Pela emenda, o governo poderá cobrar contribuição dos servidores inativos 90 dias depois que a emenda for promulgada, aplicando a mesma alíquota dos ativos (hoje de 11%).
Essa alíquota será cobrada até que o assunto seja regulamentado posteriormente por lei específica. Ao redigir a emenda, o governo isentou da contribuição a parcela da remuneração de até R$ 600.


Texto Anterior: Contas públicas: Desvalorização do real ameaça meta
Próximo Texto: Elio Gaspari: A atualidade do Riocentro chama-se impunidade
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.