|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PSDB avalia que uso político de ataque afeta PT
JULIA DUAILIBI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A cúpula da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) avalia que
um suposto uso político do assassinato do policial militar Diógenes Barbosa Paiva, 38, morto anteontem à noite enquanto fazia a
segurança do filho caçula do governador, será desfavorável ao PT
do candidato José Genoino.
A tese leva em consideração o
fato de a família de Alckmin, candidato à reeleição, estar no papel
de vítima da ação. Para os tucanos, críticas à política de segurança pública do governo por conta
do episódio não resultariam em
votos para o petista.
Alckmin passou quase toda a
madrugada de ontem reunido
com a cúpula do PSDB paulista
no Palácio dos Bandeirantes. Entre os presentes, estavam o presidente estadual do partido, Edson
Aparecido, o presidente da Assembléia, Walter Feldman, e o secretário da Segurança, Saulo de
Abreu Castro Filho.
Na reunião improvisada, Alckmin ouviu a opinião dos líderes
tucanos sobre o episódio e seus
desdobramentos. Por volta da
1h30, o governador recebeu um
telefonema do presidenciável do
PSDB, José Serra, que ligou para
prestar solidariedade a Alckmin.
De acordo com integrante da
cúpula tucana, um rastreamento
telefônico feito com eleitores pelo
partido, logo após a divulgação do
crime, sinalizou que o episódio
não teve um impacto negativo.
O governador recebeu a notícia
do crime no estúdio da TV Cultura, onde participou de uma entrevista ao vivo com jornalistas. Os
assessores, antes de qualquer comunicado, disseram a Alckmin
que o filho dele estava bem.
Só depois relataram o ocorrido
ao tucano, que reclamou por não
ter sido avisado antes, já que,
quando o programa teve início, às
22h, duas pessoas que o acompanhavam já sabiam do crime.
De imediato, Alckmin demonstrou ter ficado assustado com a
informação, mas foi contido. Comentou com os jornalistas que
não gostaria de ver o episódio utilizado politicamente.
Em seguida, pediu para ir direto
ao palácio visitar o filho. No caminho, telefonou para Thomaz.
A decisão dos assessores de não
comunicar o governador ainda
durante o programa, encabeçada
pelo coordenador da campanha,
João Carlos Meirelles, levou em
consideração o medo de Alckmin
aparentar nervosismo e transmitir ao telespectador uma sensação
de descontrole.
Último showmício
Por conta do ocorrido com o filho, o governador alterou ontem
o encerramento de sua campanha. Em seu último showmício,
em São Bernardo do Campo,
Alckmin fez um discurso de agradecimento, mas evitou voltar ao
palco quando o cantor sertanejo
Daniel começou a cantar.
O combinado seria Daniel
anunciar a entrada de Alckmin
após a segunda música. O governador, então, iria distribuir flores
ao público. Mas, de última hora, o
candidato preferiu um desfecho
mais sóbrio, em respeito à família
do policial morto.
"Esse evento praticamente encerra a campanha. Viemos agradecer à população e, ao mesmo
tempo, reforçar o apoio para o
próximo domingo. Claro que estamos tristes. Levei minha solidariedade à família do policial falecido e visitei o policial ferido, que
não corre risco de morte", afirmou Alckmin.
Em seu discurso no palco, Alckmin pediu votos para o candidato
tucano José Serra. "Quero pedir
apoio ao meu companheiro de
chapa, um homem preparado e à
altura da responsabilidade que é
governar o Brasil, peço apoio a José Serra para a Presidência", disse
Alckmin, que evitou durante a
campanha associar sua candidatura à do presidenciável. Segundo
a assessoria, hoje Alckmin deverá
descansar e se preparar para o debate televisivo.
Colaboraram LILIAN CHRISTOFOLETTI
e JOÃO CARLOS SILVA, da Reportagem
Local
Texto Anterior: São Paulo: Alckmin está 16 pontos à frente de Genoino Próximo Texto: Petista descarta utilizar o caso em campanha Índice
|