São Paulo, sábado, 24 de outubro de 1998

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PAINEL

Criador e criatura...
Estão sendo feitos os acertos finais para a saída de três secretários de Pitta ligados a Maluf: Edevaldo Alves (Governo), Reynaldo de Barros (Vias Públicas) e Lair Krahenbuhl (Habitação). Qualquer que seja o resultado da eleição estadual amanhã, a operação não deverá ter volta.

...se distanciam
Pitta teria aceitado ser criticado pela campanha de TV de Maluf no começo da eleição em troca de mais liberdade para governar depois da sucessão. Agora, caminha para um afastamento do malufismo, que pode assumir ares de rompimento.

Guerra paulistana 1
De Nicéa Pitta, sobre Duda Mendonça ter dito que ela está acostumada "a falar maluquices sem ouvir resposta" e que ele só responderá após a eleição: "Que seja homem e tenha coragem de dizer agora. Que não faça média com o dr. Paulo".

Guerra paulistana 2
O marketeiro Duda Mendonça, que faz a campanha de Maluf, mantém a posição de só responder à mulher de Pitta depois da eleição: "Tenho mais o que fazer agora do que ficar batendo boca com a dona Nicéa".

Jogando na divisão
Se Covas (PSDB) ganhar a eleição, vai tentar estabelecer uma relação administrativa melhor com Pitta, para incentivá-lo a romper com o malufismo. O governador sempre poupou o prefeito de SP e atacou Maluf (PPB).

Aliado preferido
O secretário mais próximo de Pitta é Edvaldo Brito (Negócios Jurídicos). Tende a ganhar poder com a saída de malufistas.

Posto de observação
PMDB e PPB são os partidos mais nervosos com a quebra de neutralidade de FHC. O PFL defende Maluf, mas só roda a baiana se ele interferir nas eleições do Piauí e de Sergipe, onde concorre com o líder no Senado (Hugo Napoleão) e com um fundador da sigla (João Alves).

Tabuleiro estratégico
Embora não morra de amores por seu aliado paulista, é sincera a predileção do PFL por Maluf: "Se esses tucanos ganharem em São Paulo, vão endurecer o pescoço e fazer queixo duro", prevê um cacique do partido.

Jogo combinado
A reação dos partidos aliados à atuação de Serra nas campanhas de Brasília e de São Paulo não tirou o sono do ministro. Ele avisou FHC sobre o que faria.

Descompasso federal
Enquanto a equipe econômica finalizava o pacote, os Correios recebiam anteontem 840 novos carros (R$ 16 mi). Há licitação andando para a compra de mais 6.161. A estatal diz precisar renovar a frota e que não recebeu ordem do Ministério das Comunicações para cortar gastos.

Operação suspeita
O deputado federal eleito Nelson Pellegrino (PT-BA) pediu explicações à presidência do Senado sobre pagamento pela Casa de frete de serviço de troca de equipamentos da Gráfica Escolar no Maranhão, que seria ligada a empresa da família Sarney.

Conjugação imprópria
Roriz (PMDB), que tropeça no idioma, teve como adversário extra no debate com Cristovam (PT) em Brasília um dos patrocinadores: "Não dá para ir muito longe sem saber português. Antes de se candidatar a qualquer coisa, dê uma passada no curso LF", dizia a propaganda.

Missão dura
O porta-voz Sérgio Amaral começou uma peregrinação pelos principais órgãos de comunicação do país. Para dizer que o diabo (a crise econômica) não é tão feio como está sendo pintado.

Enviado especial
A assinatura do acordo de paz Peru-Equador, na segunda, em Brasília, será abençoada por um emissário do papa João Paulo II: o cardeal Dario Castrillón Hoyos, que trabalha no Vaticano.

Ordem de importância
Os EUA decidiram mandar um funcionário do enésimo escalão para a solenidade de assinatura do acordo de paz Peru-Equador, na segunda-feira.

Pouca pompa
O cerimonial do Senado marcou para as 17h de 1º de janeiro a posse de FHC. A 2ª posse, diz ACM, "é igual a casamento de viúva. Já se conhece tudo".

TIROTEIO

Slogan do PSTU, partido de esquerda radical, com um trocadilho sobre o slogan "Quem compara vota Covas":
- Quem compara vota nulo.

CONTRAPONTO

Iguaria premonitória
O senador eleito por Pernambuco, José Jorge (PFL), detesta bobó de camarão. Diz que é um prato sem razão de ser, pois mistura camarão com mandioca.
Durante a campanha, foi convidado para um almoço por um correligionário de Brasília. A mulher, Socorro, ainda tentou fazê-lo mudar de idéia e viajar para cuidar da campanha em Pernambuco. José Jorge perguntou o motivo, e ela respondeu:
- É mera intuição.
A mulher viajou para Recife, mas José Jorge ficou. Antes de ir para o almoço, saiu para uma caminhada. Encontrou o anfitrião, que confidenciou:
- Você vai comer um bobó de camarão como nunca comeu.
De volta a seu apartamento, José Jorge decidiu que não iria ao almoço. Pegou o telefone e ligou para Socorro, avisando que estava de partida para Recife.
- Por quê? - ela perguntou.
José Jorge, que não quis dar o braço a torcer, disparou:
- Nada. É mera intuição.



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