WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O reajuste dos militares não conseguirá alcançar os 30% reivindicados pelo Ministério da Defesa. A Folha apurou que o reajuste só deverá atingir, em média, 25%. Também não está definido ainda o percentual da primeira parcela do reajuste, que está prevista para acontecer em janeiro do próximo ano. Há três possibilidades: de 5%, de 7,5% ou de 10%.
Por decisão de Fernando Henrique Cardoso, o reajuste dos militares será feito em quatro parcelas, ao longo dos dois próximos anos. O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, esteve reunido na segunda-feira com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente. No decorrer da semana, equipes continuaram os estudos, mas não chegaram às definições.
A dificuldade da equipe econômica é a mesma vivida no caso do salário mínimo: encontrar fontes de financiamento que possam honrar os reajustes ao longo dos próximos anos, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Na próxima semana, deve ocorrer nova reunião entre Quintão e Parente. A expectativa é que os estudos estejam concluídos na primeira quinzena de dezembro. O reajuste deve constar de medida provisória que estabelecerá a Lei de Remuneração dos Militares.
Pelos cálculos iniciais do Ministério da Defesa, o reajuste de 30% elevaria em mais R$ 2,4 bilhões anuais os gastos com os militares. A folha de pagamento hoje consome 75% dos R$ 19 bilhões previstos no Orçamento da União.
O reajuste não será linear: os menores salários e os das carreiras intermediárias devem receber reajustes maiores. O menor salário é o de soldado de segunda classe, de R$ 344,16. O maior é o de oficiais-generais de quatro estrelas, de R$ 6.502,10. A folha de pagamentos tem atualmente 126 mil inativos e 38.476 ativos.


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