São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Longo prazo

O relatório parcial contra o banqueiro Daniel Dantas enviado pela Polícia Federal à Justiça há duas semanas deve demorar para ter um segundo capítulo.
A previsão que chegou à CPI dos Grampos é que o sistema de proteção de dados do computador de Dantas será quebrado apenas em abril de 2009. Especialistas estrangeiros estão sendo contatados para ajudar, mas os milhares de emails trocados pelo banqueiro não devem ser analisados antes de junho.
Esse ritmo preocupa o governo, que havia decidido correr com uma parte do inquérito justamente para não dar a impressão de que tudo o que importa são os erros cometidos pelo delegado Protógenes Queiroz.



Consolo. Apesar da lentidão, o governo avalia que o relatório parcial da Satiagraha, somado aos gastos recordes da operação, desconstrói a tese de Protógenes de que a investigação foi boicotada pela PF.

Quadrado. Mesmo com a guerra entre PF e Abin, os órgãos já se reuniram duas vezes para discutir uma lei sobre novas ameaças ao Estado, como bioterrorismo. O relatório deve deixar mais clara a competência de cada um.

Tranca. A Abin pagará R$ 234 mil à empresa Kryptus para evitar grampos telefônicos. A dispensa de licitação foi por "comprometimento da segurança nacional".

Paradoxo. Os responsáveis pela reforma tributária decidiram aumentar os royalties pagos pela extração de minérios no exato momento em que o setor começa a sentir os efeitos da queda da demanda internacional. O argumento será esgrimido pelas empresas, Vale à frente, no esforço para derrubar em plenário o que foi aprovado na comissão especial da Câmara.

Unplugged. Em encontro na quarta-feira com representantes de movimentos sociais, Dilma Rousseff não será protagonista, fato raro em eventos no Planalto. A ministra da Casa Civil terá somente dez minutos para falar do PAC, menos do que o colega Luiz Dulci (Secretaria Geral), interlocutor do governo com o setor. E sem direito a seu inseparável "power point".

Com a barriga. Renan Calheiros e companheiros de PMDB deixarão correr toda sorte de especulações sobre a eleição à presidência do Senado para só em janeiro colocar na praça oficialmente o nome de José Sarney. Trata-se de estratégia para diminuir a margem de manobra do PT, que lançou Tião Viana.

O favorito. A chamada "terceira via" da Câmara, formada por cerca de 30 deputados, deve se reunir nesta semana para discutir em quem votar para presidente da Casa. Parte do grupo flerta com a idéia de apoiar Osmar Serraglio (PMDB-PR).

É festa. Com 53 sessões solenes (exclusivamente para homenagens) realizadas desde janeiro, a Câmara deverá bater o recorde na modalidade até o fim do ano. A marca anterior, de 64, se deu em 2007, também sob Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Bula 1. Trecho de cartilha elaborada pelo Instituto Teotônio Vilela para os prefeitos eleitos do PSDB: "Faça o dever de casa no início da gestão. É óbvio que a popularidade obtida triunfalmente nas urnas será afetada, mas ganha-se credibilidade".

Bula 2. A cartilha destaca ainda a importância do marketing para o sucesso das administrações: "É preciso comunicar-se intensamente, não jogar na defesa e partir para o ataque".

Preventiva. Na semana em que ex-diretores da Anac foram indiciados pelo acidente com o Airbus da TAM, no ano passado, a agência começou a distribuir sua nova cartilha de segurança de vôo. Foram elaborados 12 mil exemplares.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"A hora de mexer no sistema tributário é quando há crescimento e prosperidade, não quando o ambiente já está problemático."

Do governador PAULO HARTUNG (PMDB-ES), criticando a proposta de reforma tributária recém-aprovada em comissão especial da Câmara.

Contraponto

Babel

Ao abrir, na terça passada, seminário da CNI sobre os 20 anos da Constituição, o jornalista William Waack pediu que os palestrantes procurassem respeitar o limite de dez minutos para suas exposições iniciais. Aos nove, daria um aviso de que o tempo estava se esgotando.
-Quero meu aviso em alemão-, brincou FHC, primeiro a falar, por saber que Waack é fluente no idioma.
À platéia, o ex-presidente explicou:
-Como não entendo alemão, continuarei falando...
Quando FHC encerrou, dentro do tempo estipulado, suas considerações, foi a vez de o ministro da Justiça, Tarso Genro, provocar o mestre de cerimônias:
-O meu aviso, por favor, em chinês...


Próximo Texto: TCU vê convênios irregulares de R$ 166 milhões na Funasa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.