São Paulo, terça, 24 de novembro de 1998

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FHC pede urgência para quarentena

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso manifestou interesse na aprovação do projeto que estabelece quarentena para os ocupantes de cargos de direção do Banco Central, e o pedido de urgência para o projeto será votado hoje pela Câmara.
O projeto, de autoria do então senador Itamar Franco (PMDB-MG), já foi aprovado pelo Senado, mas está parado na Câmara desde junho de 1995. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), resolveu incluí-lo na pauta de votações após o escândalo do grampo telefônico no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Se o pedido de urgência for aprovado hoje, o projeto deverá ser votado amanhã. Durante o depoimento do ministro demissionário Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) no Senado, quinta-feira passada, vários parlamentares levantaram suspeitas sobre a sua capacidade de se manter isento no processo de privatização por ser um banqueiro.
Deputados já manifestaram intenção de alterar o projeto, que proíbe a nomeação para a direção do BC de pessoas que tenham trabalhado em empresas do sistema financeiro durante os quatro anos anteriores. Os demitidos não poderão trabalhar no setor financeiro nos dois anos após a demissão.
O presidente da Comissão de Finanças e Tributação, Germano Rigotto (PMDB-RS), disse que a proposta ainda não foi votada porque "o Manoel Castro não concluiu o seu trabalho, dando parecer ao projeto de Itamar".
O deputado Manoel Castro (PFL-BA), relator do projeto, foi procurado pela Folha, mas não atendeu aos telefonemas.
Segundo Rigotto, a quarentena não deve ser estendida a outros órgãos do governo federal para facilitar a aprovação. "Num segundo momento, podemos avançar mais. Talvez estender para ministros, dirigentes de bancos estaduais e das agências reguladoras."



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