São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 2000

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RUMO A 2002

Quando candidato petista é Eduardo Suplicy, Ciro Gomes aparece em primeiro, com 22% das intenções de voto

Lula mantém liderança para Presidência

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

As bênçãos do governador Mário Covas (SP) e do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) à candidatura presidencial do governador Tasso Jereissati (PSDB-CE) não bastam para que ele supere o ministro da Saúde, José Serra, entre os presumíveis candidatos do PSDB.
Pesquisa Datafolha feita entre os dias 12 e 15 aponta Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como líder para a disputa presidencial de 2002, como tem sido a constante nesse tipo de levantamento, mas coloca Serra com 5% e 6% das intenções de voto, conforme o cenário.
Tasso fica com apenas 3% e 4%. A diferença entre os dois está na margem de erro da pesquisa (dois pontos percentuais para mais ou para menos).
Os dois tucanos ficam nos últimos lugares, em todos os quatro cenários propostos aos pesquisados pelo Datafolha.
Quando se troca Lula pelo senador Eduardo Suplicy, como candidato do PT, o líder passa a ser Ciro Gomes (PPS).
Lula tem seu melhor desempenho (30%), quando o candidato do PSDB é Tasso. Cai para 26% quando entram Serra, no lugar de Tasso, e Antonio Carlos Magalhães, que empata com os 6% de Serra, nesse cenário.
Ciro Gomes, segundo colocado quando Lula é o nome petista, fica com 22% e o primeiro lugar na hipótese de Suplicy ser o candidato petista e, Tasso, o do PSDB.
Com Serra no lugar de Tasso, Ciro registra um ponto menos, dentro da margem de erro.
Nos cenários com Lula, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), é o terceiro colocado, mas em situação de empate técnico com Paulo Maluf (PPB), quando Tasso é o nome do PSDB, e com ACM, Serra e o governador do Rio, Anthony Garotinho (sem partido), quando se troca Tasso por Serra como nome tucano.
Sem Lula, Itamar sobe para o segundo lugar, atrás de Ciro, mas igualmente em empate técnico com Maluf.
Suplicy é o quarto colocado (9%), no cenário que inclui Tasso, mas tecnicamente empatado com Maluf (12%), terceiro colocado, e com Garotinho (7%) e Enéas (Prona, com 5%).
Quando entram Serra e ACM, muda pouco ou nada para Suplicy, que fica no quarto lugar, com 8%, tecnicamente empatado com Maluf (11%), Garotinho (7%), ACM (6%), Serra e Enéas (cada um com 5%) e até com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que tem 4%.
O Datafolha manteve, nos quatro cenários, os nomes de Ciro, Itamar, Maluf, Garotinho, Simon e Enéas. Só alternou Lula e Suplicy pelo PT e Serra e Tasso, pelo PSDB, além de introduzir ACM pelo PFL, nos cenários em que é Serra, em vez de Tasso, o candidato tucano.
A lógica do procedimento é óbvia: se ACM lançou o nome de Tasso, o natural é que não concorra se o governador cearense de fato emplacar como candidato.

Segundo turno sem governo
No cenário que hoje parece o mais provável (Lula pelo PT e Tasso pelo PSDB), o candidato governista nem iria ao segundo turno, que seria disputado por Lula (30%) e Ciro Gomes (18%).
A oposição ainda teria os 11% de Itamar Franco, o que lhe dá um total de 59% das intenções de voto. Ou 66%, se se incluir entre os oposicionistas também os 7% de Garotinho.
A extrema direita somaria aos 9% de Maluf os 3% de Enéas, totalizando 12%.
Os partidos da coalizão governista teriam a metade: 3% de Tasso mais 3% de Pedro Simon.
Detalhe: na pesquisa espontânea (em que o cartão com o nome dos candidatos não é apresentado ao eleitor), o único nome do PSDB que tem voto é o do presidente Fernando Henrique Cardoso (5% mais 1% que querem votar no "atual presidente").
O primeiro colocado é, de novo, Lula, com 13%, seguido de Ciro (6%), empatado portanto com o presidente FHC.


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