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São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003

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PAINEL

No cravo
José Serra acha absurda a versão de que Luiz Eduardo Greenhalgh teria esbofeteado um preso para que confessasse o assassinato de Celso Daniel. "Diferenças políticas à parte, não se pode chegar à loucura de dar crédito a isso. Greenhalgh seria incapaz de uma coisa dessas."

Na ferradura
O tucano, porém, não partilha da convicção do deputado e de dirigentes petistas de que o prefeito de Santo André foi vítima de crime comum. "Ainda há muito a investigar nesse caso."

Pilha fraca
Até Lula, o falante, perdeu fôlego com a maratona natalina. Depois de discursar por hora e meia na cerimônia de balanço do governo, deu-se por satisfeito com 20 minutos no almoço com os líderes aliados e apenas dez no jantar com os ministros.

Mandrake
Ministros desconfiaram da sorte de alguns colegas no sorteio feito durante jantar com Lula. Apreciador de cachaça, José Dirceu ganhou uma garrafa da mineira Januária. Márcio Thomaz Bastos, que gosta de vinhos, saiu da festa com um argelino.

Tesoura na urna
Na sessão de corte e costura do Orçamento, que se estendeu pela madrugada de ontem, o TSE era dos mais descontentes. Representante do tribunal afirmou que, com a perda de emendas, o dinheiro para as eleições municipais de 2004 será insuficiente.

Sem Papai Noel
Ouve-se na Câmara queixa semelhante à do filho que se portou bem e viu o irmão indisciplinado-no caso, o Senado- ganhar o melhor presente de Natal -a convocação extraordinária. Obediência, concluíram deputados, nem sempre compensa.

Lição de casa
Em sintonia com Palocci, a Câmara teve R$ 18 milhões de superávit primário em 2003.

Bom negócio
Alegando emergência, o governador Waldez Góes (PDT) dispensou licitação para compra de medicamentos. Uma das fornecedoras faturou 633% a mais do que em 2001. Vendeu 400 mil frascos de soro -quase um para cada habitante do Amapá.

Outro lado
Segundo Sebastião Rocha, secretário da Saúde do Amapá, a empresa foi escolhida por ter oferecido o melhor preço. Ele se diz vítima de perseguição do ex-governador João Capiberibe (PSB), cuja compra de medicamentos está sob investigação.

Anéis e dedos
O setor "verde" do governo, que de início esperava ver o projeto de lei da biossegurança sair intacto -ou quase- do Congresso, já sabe que isso não ocorrerá. Hoje disputa ponto a ponto com o relator Aldo Rebelo, na tentativa de ver preservadas algumas de suas posições.

Nova tentativa
Oscar Niemeyer, agora convidado para criar a nova sede da Embaixada do Brasil em Cuba, teve projeto semelhante recusado na gestão Sarney. O então chanceler Roberto de Abreu Sodré viu "excesso de extravagâncias" na proposta do arquiteto.

Festa de arromba
A assessoria de ACM Neto, 24, já prepara a lista de convidados para o casamento do deputado, previsto para abril em Salvador.

Déficit postal
O serviço de atendimento da Câmara recebeu 7.000 cartas neste ano. Foram respondidas 2.000. A Casa promete responder as demais no início de 2004.

Visita à Folha
Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Antenor Braido, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Da deputada tucana Zulaiê Cobra, sobre o fato de o desemprego ter atingido taxa média de 20,1% em São Paulo:
-O PT é muito competente para empregar filiados, não deixa nenhum na chuva. Mas vendeu uma ilusão a 180 milhões de brasileiros ao dizer, na campanha, que o combate ao desemprego seria sua prioridade.

CONTRAPONTO

Estocadas petistas

Pouco depois da reunião do diretório nacional do PT, Aloizio Mercadante conversava com jornalistas sobre a carta de responsabilidade social, antiga proposta do partido para associar metas de inflação a metas de crescimento econômico e erradicação da pobreza. O projeto está parado na Câmara.
No meio de suas considerações a respeito do tema, o senador virou-se para um repórter que conhece há anos e brincou:
-Você mudou. Foi trabalhar em um site de esquerda.
-O senhor também mudou, senador. Deveria se esforçar para aprovar a carta de responsabilidade social tanto quanto o Suplicy se empenhou para aprovar o projeto de renda básica.
Mercadante ficou quieto por um instante. Em seguida, rebateu para os jornalistas:
-É, mas agora o Suplicy deve estar deprimido. Não vai ter mais sobre o que falar.


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