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DISTRIBUIÇÃO DE VAGAS
FHC cria mais três secretarias de Estado; ACM é quem mais ganha com mudanças no Executivo
Alianças impedem a redução de cargos
DANIEL BRAMATTI
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
reduzirá o número de ministérios de 24 para
21 no segundo
mandato, mas o
primeiro escalão do Executivo
continuará com o mesmo número
de vagas (30), graças à criação de
três secretarias de Estado -ao todo, serão agora nove secretarias.
As novas secretarias criadas são:
de Administração e Patrimônio;
das Relações Institucionais, e de
Planejamento e Avaliação.
O enxugamento idealizado por
FHC, com a fusão de alguns ministérios, teve de ser deixado de lado
por causa da necessidade de acomodar as indicações dos partidos
aliados no organograma do Executivo. O presidente contemplou até
as alas em que se dividem os partidos governistas.
Quem mais espaço ganhou no
rateio dos cargos foi o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Por causa dele, FHC desistiu de
criar o Ministério da Infra-Estrutura, que reuniria, sob o comando
do PMDB, Transportes, Comunicações e Minas e Energia.
Em vez de ser extinto, o Ministério de Minas e Energia continua
nas mãos de um apadrinhado de
ACM. Sai o baiano Raimundo Brito, entra o baiano Rodolfo Tourinho. Outro aliado de ACM, o senador Elcio Alvares (PFL-ES), vai comandar o Ministério da Defesa,
cuja criação significará a eliminação de quatro pastas: Exército, Marinha, Aeronáutica e Estado-Maior das Forças Armadas.
ACM também avalizou a nomeação do deputado pefelista José Sarney Filho (MA) para o Ministério
do Meio Ambiente -indicação
que, formalmente, partiu do senador José Sarney (PMDB-AP).
FHC chegou a discutir a nomeação do cantor e compositor Gilberto Gil, do Partido Verde, para o
Meio Ambiente. Desistiu da idéia
depois que o partido entregou uma
lista de condições -uma delas era
que o ministério ficasse de fora do
rateio político de cargos.
Outra fusão descartada foi a das
pastas da Educação e de Ciência e
Tecnologia. A última pasta acabou
reservada para o tucano Luiz Carlos Bresser Pereira, coordenador
financeiro da campanha de FHC,
que ficou sem lugar com o fim do
Ministério da Administração.
O Ministério dos Esportes, criado em 95 para Edson Arantes do
Nascimento, o Pelé, deveria ser extinto caso ele não voltasse ao governo. Mas FHC resolveu mantê-lo
e incrementá-lo com a área do turismo, que "sobrou" na reestruturação do Ministério da Indústria,
do Comércio e do Turismo, futuro
Ministério do Desenvolvimento,
da Indústria e do Comércio.
A pasta de Esportes e Turismo foi
transformada em prêmio de consolação para o pefelista Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba. Ele era
cotado para o anunciado Ministério do Desenvolvimento Urbano,
cuja criação FHC decidiu adiar.
Greca representa o PFL do Sul, ligado a Bornhausen.
A ala do PMDB goiano de Iris Rezende, ex-ministro da Justiça, subiu de status: a secretaria de Desenvolvimento Regional virou ministério (Políticas Regionais) e deve ganhar a área de irrigação. O afilhado Ovídio de Angelis continuará no comando do setor.
O ministro do Trabalho, Edward
Amadeo, perdeu o cargo para o pepebista Francisco Dornelles, mas
será compensado com a Secretaria
de Estado de Planejamento e Avaliação, subordinada diretamente à
Presidência da República.
Cláudia Costin assumirá a Secretaria de Estado da Administração e
do Patrimônio. José Gregori, secretário Nacional de Direitos Humanos, deixa ganha o status de secretário de Estado.
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