São Paulo, quinta, 24 de dezembro de 1998

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FHC tenta evitar resistência de militares contra pasta da Defesa

da Sucursal de Brasília

A fase de transição para a criação do Ministério da Defesa foi planejada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para desarmar a resistência dos militares à criação da nova pasta.
O senador Elcio Alvares (PFL-ES) será nomeado ministro extraordinário da Defesa por medida provisória e ficará nessa condição até o surgimento formal do novo ministério, que concentrará as três Forças -Exército, Marinha e Aeronáutica- e o Estado-Maior das Forças Armadas.
A criação da pasta depende da aprovação de lei complementar pelo Congresso, mas enfrenta resistências dos militares, que temem a perda de poder.
O governo quer a aprovação do projeto ainda em janeiro, durante a convocação extraordinária do Congresso.
Os atuais ministros ficarão interinamente no cargo durante a transição. Depois serão comandantes de cada Força, subordinados ao ministro civil.
² Casa Militar
Para facilitar a transição, o presidente Fernando Henrique Cardoso manteve o general Alberto Cardoso na chefia da Casa Militar, mas tirou o status de ministro que ele teve no primeiro mandato.
Assim, nenhum militar será ministro de Estado, ninguém ficará acima do ministro da Defesa.
Elcio Alvares terá de se desfiliar do PFL para assumir o cargo.
Pesa contra ele a derrota nas últimas eleições -ficou em segundo, atrás de Paulo Hartung (PSDB)-, em que concorreu novamente a senador. Ele também não prestou serviço militar.
A criação do Ministério da Defesa estava prevista no programa de governo de FHC para o primeiro mandato, preparado em 1994.
O nome do vice-presidente Marco Maciel foi inicialmente cogitado, mas foi vetado pelo PFL.



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