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RIO
Segundo Bispo Rodrigues (PL), Valdeci de Paiva (PSL) recebeu ameaças de morte
Deputado evangélico é assassinado
FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O deputado federal Valdeci de
Paiva (PSL-RJ), 49, foi assassinado ontem de manhã com 19 tiros
de pistola, em Benfica, na zona
norte do Rio. O deputado chegou
a ser levado ao Hospital Central
do Exército, no bairro, mas morreu a caminho.
A PF (Polícia Federal) e a Delegacia de Homicídios estão investigando o caso. O chefe da Polícia
Civil, Álvaro Lins, disse que a primeira impressão é a de que houve
"execução". "Não acreditamos na
hipótese de roubo e não descartamos o crime político", disse.
Deputados e senadores amigos
de Paiva ofereceram R$ 30 mil para quem fornecer pistas sobre o
mandante do crime. Eles disseram acreditar que tenha havido
motivação política. Paiva tinha sido eleito deputado estadual e assumiria o cargo daqui a seis dias.
"Só vejo a causa política. O deputado nunca havia recebido
ameaças de morte. Após as eleições, começaram as ameaças por
telefone. Diziam que ele não iria
assumir", disse o deputado federal Bispo Rodrigues (RJ), vice-presidente do PL.
Rodrigues disse suspeitar do suplente do PSL, o ex-policial militar Marcos Abrahão. O deputado
estadual Eli Patrício (PFL) insinuou que o suplente teria motivo
e "estrutura" para cometer o crime, "por ser PM".
Até as 19h30 de ontem, a Folha
não havia conseguido ouvir Abrahão. Ele estaria em Saquarema, cidade litorânea do Estado do Rio.
Paiva foi eleito deputado federal
pelo PSDB fluminense, em 1998.
Durante o mandato, se transferiu
para o PSL. Radialista e pastor da
Igreja Universal do Reino de
Deus, integrava a bancada evangélica na Câmara e era muito ligado a Bispo Rodrigues.
O assassinato aconteceu por
volta das 10h15. O deputado dirigia um Passat em direção à sede
regional do PL, que costumava visitar às sextas-feiras.
Disparos
Segundo o delegado Luiz Alberto de Oliveira, a cerca de 15 metros
da entrada da garagem um Gol
cinza emparelhou com o carro do
deputado. Um homem saiu do
Gol e fez vários disparos. O motorista também atirou. Havia um
outro carro participando da ação.
Um funcionário do PL assistiu à
cena. Ele ouviu os disparos e foi
ver o que acontecia.
De acordo com o funcionário, o
motorista do Gol percebeu que
estavam sendo vistos e chegou a
apontar a arma para ele, que está
sob a proteção da polícia e não teve o nome revelado.
Quatro câmeras faziam o monitoramento da rua -duas delas da
Rede Record, vizinha da sede do
partido. A polícia vai verificar se
alguém da Record assistiu o crime
pelo monitor. Nenhuma das câmeras gravam.
O corpo do pastor foi velado na
Assembléia e será enterrado hoje,
às 10h, no cemitério de Inhaúma
(zona norte). Era casado e deixa
dois filhos.
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