São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2004

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Votação de 84 marcou deputados

DA REDAÇÃO

Os deputados que provocaram a rejeição da emenda das diretas, em 1984, não saíram ilesos: a maioria não obteve a reeleição -ao contrário do que sucedeu aos que apoiaram a proposta.
Essa diferença também se manifestou em outros pleitos. Dos deputados que apoiaram as diretas, dez foram eleitos para o Senado, contra três que não apoiaram a emenda. Na disputa pelos governos estaduais, cinco deputados pró-diretas foram eleitos, contra nenhum dos adversários.
A votação talvez tenha selado o destino de alguns políticos. Basta comparar a trajetória dos então deputados Fernando Collor (AL) e Paulo Maluf (SP). O primeiro votou a favor da emenda; o segundo faltou à sessão. Em 1986, Collor foi eleito governador de seu Estado pelo PMDB, e Maluf obteve apenas o terceiro lugar na eleição para o Executivo paulista. Em 1989, Collor foi eleito presidente; Maluf só ficou em quinto.
Mas o estigma provocado pela rejeição da emenda se fixou menos nos parlamentares e mais no partido que se opôs às diretas, o PDS -que, desde então, já trocou de nome três vezes (para PPR, em 1993; para PPB, em 1995; e para PP, em 2003). Nas eleições de 1986, o PDS só elegeu 33 deputados (contra 235 obtidos quatro anos antes) e nenhum governador (contra 12 eleitos em 1982).



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