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Votação de 84 marcou deputados
DA REDAÇÃO
Os deputados que provocaram
a rejeição da emenda das diretas,
em 1984, não saíram ilesos: a
maioria não obteve a reeleição
-ao contrário do que sucedeu
aos que apoiaram a proposta.
Essa diferença também se manifestou em outros pleitos. Dos
deputados que apoiaram as diretas, dez foram eleitos para o Senado, contra três que não apoiaram
a emenda. Na disputa pelos governos estaduais, cinco deputados pró-diretas foram eleitos,
contra nenhum dos adversários.
A votação talvez tenha selado o
destino de alguns políticos. Basta
comparar a trajetória dos então
deputados Fernando Collor (AL)
e Paulo Maluf (SP). O primeiro
votou a favor da emenda; o segundo faltou à sessão. Em 1986,
Collor foi eleito governador de
seu Estado pelo PMDB, e Maluf
obteve apenas o terceiro lugar na
eleição para o Executivo paulista.
Em 1989, Collor foi eleito presidente; Maluf só ficou em quinto.
Mas o estigma provocado pela
rejeição da emenda se fixou menos nos parlamentares e mais no
partido que se opôs às diretas, o
PDS -que, desde então, já trocou
de nome três vezes (para PPR, em
1993; para PPB, em 1995; e para
PP, em 2003). Nas eleições de
1986, o PDS só elegeu 33 deputados (contra 235 obtidos quatro
anos antes) e nenhum governador (contra 12 eleitos em 1982).
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