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Teto não poderá cortar salários, diz ministro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello, disse que a fixação do teto salarial do funcionalismo não permitirá a redução
imediata de gastos com pessoal
esperada pelos governadores,
porque grande parte dos salários
que extrapolarem o limite a ser
adotado não poderá sofrer corte.
"Para quem alcançou, no sistema hoje existente, um nível salarial superior, não vamos aplicar
retroativamente o que vier a ser
aprovado", afirmou Marco Aurélio à Folha, prevendo corrida à
Justiça por parte dos que tiverem
a ameaça do desconto de parte da
remuneração. A única exceção seriam os salários que tiverem sofrido aumentos ilegais.
O ministro afirmou que os servidores que tiveram corte poderão recorrer à Justiça e argumentar que têm direito adquirido sobre uma "situação constituída",
ou seja, direito a preservar o salário que fora obtido de forma lícita,
em razão de normas legais em vigor a cada momento, ainda que
elas já tenham sido revogadas.
A emenda constitucional da reforma administrativa, de 1998,
previu que o teto corresponderia
ao salário dos ministros do STF e
que o seu valor seria estabelecido
por projeto de lei proposto pelo
presidente da República em acordo com os presidentes do Supremo, do Senado e da Câmara.
Nunca houve consenso.
Marco Aurélio disse que "um
parâmetro a ser considerado" pelo governo é o valor de R$ 20.224,
que equivale ao que recebe um
ministro do STF, incluindo duas
gratificações: 35% de adicionais
por tempo de serviço e verba por
atuação temporária na Justiça
Eleitoral, de R$ 3.052.
A fixação do teto foi um dos
pontos acertados entre Lula e os
governadores, na semana passada. Os Estados dependem da iniciativa para fixarem subtetos.
Para o ministro, o único efeito
imediato da adoção do teto nos
gastos públicos com pessoal é
que, a partir de então, os servidores que acumulam salário e aposentadoria não poderão receber
além do teto.
(SILVANA DE FREITAS)
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