São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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OUTRO LADO

Grupo nega vínculo com empresa

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A assessoria de comunicação do Grupo TBA, de Brasília, informou ontem que a empresa não mantém vínculos com a empresa da qual o ex-assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz da Silva, foi sócio em 2003, a Faculdade Interfutura, de São Paulo.
De acordo com a assessoria, a faculdade foi uma iniciativa "particular" da sócia Maria Estela Boner Léo, irmã de Maria Cristina Boner Léo, sócia majoritária da TBA. Segundo informou, por meio da assessoria, o diretor jurídico do grupo, Terence Zveiter, Maria Estela "não tem poder de gerência, voto ou decisão em relação aos investimentos do grupo".
Para Zveiter, esse pouco poder de decisão de Maria Estela demonstra que ela não teria feito lobby, no governo federal, por meio de Waldomiro, em prol do Grupo TBA.
Conforme a assessoria, a idéia de se fazer uma faculdade voltada para informática, como a criada por Waldomiro, Maria Estela e dois outros empresários do interior de São Paulo, também foi sugerida à empresária Maria Cristina Boner Léo, mas ela não teve interesse em participar do negócio.
A assessoria informou que a assinatura do contrato social da Interfutura "é anterior à entrada de Waldomiro na Loterj [Loteria do Estado do Rio de Janeiro]" e "posterior ao governo de Cristovam Buarque". Waldomiro presidiu a Loterj de 2001 a 2002, nos governos de Anthony Garotinho (PMDB) e Benedita da Silva (PT), e foi assessor parlamentar de Cristovam no governo do Distrito Federal de 1995 a 1998.
A faculdade, segundo a assessoria, foi "encerrada completamente" em 2003.
Maria Estela afirmou que desde o final do ano passado se afastou do dia-a-dia da administração do Grupo TBA. "Eu não tenho relevância nenhuma hoje em dia [na TBA]. Sou um zero à esquerda."
Por causa desse alegado distanciamento das atividades da TBA, Maria Estela disse que nunca discutiu com Waldomiro Diniz assuntos ligados aos interesses do Grupo TBA no âmbito do governo federal. Segundo ela, o projeto da faculdade foi "uma idéia que surgiu mas que deu errado". "Propostas de criação de projetos nos chegam por "n" caminhos. A gente sempre foi muito assediada", disse Maria Estela.
"Eu perdi muito dinheiro nesse negócio", disse a empresária.
O advogado de Waldomiro Diniz no Rio de Janeiro, Luiz Guilherme Vieira, foi procurado, por telefone, diversas vezes na última sexta-feira, sem sucesso, tanto em seu telefone celular quanto na sede do seu escritório, no Rio. Ele voltou a ser procurado ontem pelo seu telefone celular, às 18h40, mas não foi encontrado. Foram deixados recados na secretária eletrônica de seu celular na sexta-feira e ontem, mas não houve retorno, até às 20h00 de ontem, ao pedido de entrevista. (RV)


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