São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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"Ação política" pode tirar melhor aparelho da FAB

DA REPORTAGEM LOCAL

Os militares temem agora a "politização" das compras de equipamento. No caso do novo caça, a FAB corre o risco de não ficar com o melhor avião, mas sim com um que for mais barato ou que traga vantagens econômicas.
A licitação do caça F-X foi planejada para incluir "offsets", contrapartidas comerciais (compra de produtos brasileiros, transferência de tecnologia). Mas a FAB quer, acima de tudo, um bom avião. Mas pode levar uma aeronave não tão boa, mas com "offsets" melhores.
Um episódio específico que tem sido lembrado agora pelos brigadeiros foi a compra dos caças Gloster Meteor em 1952, que teve forte ingerência política. Esses caças de fabricação britânica, os primeiros jatos da FAB, foram trocados por mercadoria, por algodão.
Os consórcios concorrentes do programa F-X estão realizando uma ofensiva final junto ao governo. Delegações visitaram autoridades nos últimos dias.
E, mais discretamente, os concorrentes aproveitam para criticar os pontos falhos dos rivais. Ora é o radar de um que tem falhas, ora é a saúde financeira da indústria que mereceria cuidados.
No começo do processo havia um favorito, o consórcio franco-brasileiro do qual participa a Embraer. Por ser a maior empresa do setor aeroespacial do país, a escolha do caça Mirage 2000 BR parecia a mais provável, apesar de passar a idéia de que a escolha não foi da FAB, mas sim da Embraer.
Depois da apresentação das propostas, a corrida ficou embolada. Tanto o russo Sukhoi-35 (Su-35), da Rosoboronexport em parceria com a Avibrás, como o Gripen, do consórcio sueco-britânico Gripen International sueco, tem grandes chances -tanto pelas qualidades dos aviões, como pelos "offsets" oferecidos.
(RBN)


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