|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Deputados dizem que Estados não param no recesso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados ouvidos pela
Folha defendem o uso da
verba indenizatória no mês
de recesso do Congresso com
o argumento de que os trabalhos nos Estados não são interrompidos no período.
Também lembram que o uso
da cota tem previsão legal.
Alguns deputados, entretanto, defendem uma rediscussão sobre os diferentes
benefícios recebidos além do
salário, hoje de R$ 12,8 mil
mensais.
O deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), que afirmou ter gastos de R$ 15,1 mil
em janeiro, dos quais R$ 15
mil foram justificados sob a
rubrica "divulgação da atividade parlamentar", disse ter
gasto o valor na produção e
veiculação de vídeos referentes a projetos de sua autoria.
O deputado Gonzaga Mota
(PSDB-CE), que não foi reeleito e gastou R$ 15 mil com
consultoria no último mês de
seu mandato, disse ter utilizado a verba para pesquisas
referentes a um centro de estudos avançados do Nordeste, que promete tentar implantar. "Os órgãos do Nordeste vem sendo esvaziados", afirmou.
Também não reeleito, o
deputado Babá (PSOL-PA)
foi um a alegar que o fato de
não ter atividade na Câmara
em janeiro não interrompeu
suas atividades políticas no
período. "Sempre publiquei
boletins", afirmou. Ele apresentou gastos de R$ 15 mil
em janeiro, dos quais R$ 10,6
mil com "divulgação da atividade parlamentar".
Os ex-deputados Josias
Gomes (PT-BA) e José Rajão
(PSDB-DF) não quiseram
explicitar com o que gastaram as verbas recebidas pela
Câmara. Também não reeleito, o ex-deputado João
Caldas (PR-AL), que gastou
R$ 15 mil em janeiro, disse
ter feito uma "prestação de
contas do mandato" e defendeu que o político "tem que
interagir com a sociedade".
O deputado Clóvis Corrêa
(PSB-PE) reconheceu que o
melhor seria aumentar o salário dos parlamentares e então reduzir ou pôr fim às cotas extras. Ele disse ter utilizado a verba para enviar correspondências com a descrição do mês em que assumiu o
mandato - ele era suplente.
O deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN)
defendeu o uso da verba em
janeiro afirmando que o trabalho do deputado em sua
base aumenta no recesso.
Maninha (PSOL-DF), não
reeleita, afirmou ter gasto R$
14 mil em pagamentos de pareceres de advogados sobre a
legalidade de ela continuar
ou não como integrante do
Parlamento do Mercosul.
Ela tomou posse neste parlamento em 14 de dezembro,
mas foi excluída pela Câmara
com o fim de seu mandato.
A assessoria de Osvaldo
Reis (PMDB-TO) apresentou à Folha todas as notas
fiscais dos gastos relativos a
janeiro, no valor de R$ 22,1
mil. O gasto acima do limite
será compensado com um
gasto menor neste mês.
Júlio César(PFL-PI), com
gastos de R$ 22,7 mil, afirmou que parte do valor se refere a uma nota fiscal de fevereiro, embora o serviço tenha sido prestado em janeiro. Ele afirmou que, por estar no interior do Piauí na
sexta, não tinha como detalhar em que gastou a verba.
O valor excedente também
será compensado por gasto
menor em fevereiro.
A assessoria do deputado
reeleito Alex Canziani (PTB-PR) disse, por escrito, que os
R$ 12,5 mil gastos com consultoria tiveram por objetivo
"subsidiar e munir o parlamentar" de pareceres sobre
a implementação dos consórcios públicos. "O deputado tem como plano de trabalho para 2007 a implantação,
no Paraná, de parcerias municipais na área da saúde e
também a criação de vários
pólos regionais do programa
de ensino à distância proposto pelo Ministério da
Educação, o que será efetivado através da legislação dos
consórcios públicos." O deputado gastou R$ 22 mil.
A reportagem procurou
outros deputados e ex-deputados, mas ou não conseguiu
localizá-los ou não obteve
resposta.
Texto Anterior: Verbas compram reportagens em imprensa regional Próximo Texto: Ajuda de custo: Deputados recebem auxílio-moradia e verba para gabinete Índice
|