São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Mudança de rota

O PT dá a largada em abril para as eleições municipais com um seminário nacional em Brasília, sob o inevitável impacto do que ocorreu há quatro anos.
Primeiro, não estabelecerá metas como em 2004, quando projetava levar até mil prefeituras e acabou com 400. "Desta vez, não vamos estabelecer ultimato para nós mesmos", diz o presidente do partido, Ricardo Berzoini. A segunda mudança ocorrerá na política de alianças. Haverá indicações sobre aliados preferenciais, mas sem qualquer tentativa de forçar acordos locais espelhados na base de apoio a Lula -imposição que, no entender dos petistas, teria contribuído para o estouro, em 2005, do escândalo do mensalão.

Ressurreições. Velhas figuras do mensalão voltarão a dar as cartas em seus partidos nas eleições municipais deste ano. José Janene é um dos tesoureiros do PP. Jacinto Lamas permanece no diretório nacional do PR, legenda que continua sob as ordens de Valdemar Costa Neto.

Macio 1. O DEM decidiu encarar a eleição municipal como um pleito local, sem apostar fichas nas críticas a Lula. A ênfase do partido será no desempenho dos prefeitos Gilberto Kassab (São Paulo) e César Maia (Rio) e na exposição de líderes emergentes como ACM Neto, candidato em Salvador, e Onyx Lorenzoni, na disputa em Porto Alegre.

Macio 2. "O Lula não é um ator na eleição de 2008", diz o presidente do DEM, Rodrigo Maia. O partido sabe do risco que é para seus candidatos bater de frente com um presidente com quase 70% de aprovação. Radicalização, só nos debates do Congresso.

Com lupa. O Ministério Público paulista distribuiu comunicado a promotores eleitorais pedindo atenção especial aos contratos fechados por prefeituras a partir de janeiro e o acompanhamento de gastos oficiais com propaganda e até com despesas de celulares e combustíveis.

Radical. Ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele vai reeditar este ano sua campanha pelo voto nulo na eleição da capital cearense.

"El Sucatón". O atraso de uma hora e meia de Evo Morales para o encontro que teve com Lula no sábado se deveu a uma pane no avião que levava o presidente boliviano à Argentina. A aeronave, cedida pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teve de voar baixo e lentamente para evitar maiores problemas.

Criatividade. Preocupado em evitar que vingue a proposta dos presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), de mudar o modo de votação de medidas provisórias, o governo busca saídas originais. Uma idéia em debate interno prevê que uma MP deixaria de trancar a pauta por decisão da maioria dos parlamentares.

Endureceu. A Casa Civil mudou a versão preliminar do projeto de lei restringindo o fumo em locais fechados, que o Ministério da Saúde elaborou e pretende mandar para o Congresso em breve. O texto final será mais claro nas punições a estabelecimentos que não respeitarem a proibição.

Social. Lula só deve participar do final da reunião de hoje em que centrais sindicais discutirão a reforma tributária com o ministro Guido Mantega (Fazenda). Mais do que ouvir as reivindicações, o presidente quer acertar a data de um jantar prometido já há algum tempo aos sindicalistas.

Mutirão. Presidente da Assembléia paulista, Vaz de Lima (PSDB) realizou um levantamento de todos os projetos que estão prontos para ir a voto e distribuiu aos líderes partidários. Desde o dia 7, quando a Casa voltou do recesso, apenas uma matéria passou pelo crivo do plenário.

Tiroteio

"É um desrespeito tentar criar uma emissora por medida provisória."


Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), antecipando que votará contra a MP que cria a TV Brasil, assim como fez com a emenda constitucional que prorrogava a CPMF.

Contraponto

Com vara curta

Durante visita à Amazônia quando presidente, FHC recebeu do assessor Fábio Lepique a sugestão de alisar o pelo de uma onça considerada extremamente dócil. Daria uma bela foto, argumentou o auxiliar. O tucano descartou a idéia, mas os fotógrafos cobraram:
-A onça, presidente, põe a mão na onça!
FHC cedeu. Só que a balbúrdia da comitiva irritou o animal, que num bote quase atingiu a mão do presidente. A foto foi destaque em toda a mídia.
-Pensei que ia voltar para Caraguatatuba, de onde nunca deveria ter saído-, lembra Lepique, hoje subprefeito do bairro paulistano de Vila Mariana.


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