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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Mudança de rota
O PT dá a largada em abril para as eleições municipais com um seminário nacional em Brasília, sob o
inevitável impacto do que ocorreu há quatro anos.
Primeiro, não estabelecerá metas como em 2004,
quando projetava levar até mil prefeituras e acabou
com 400. "Desta vez, não vamos estabelecer ultimato
para nós mesmos", diz o presidente do partido, Ricardo Berzoini. A segunda mudança ocorrerá na política
de alianças. Haverá indicações sobre aliados preferenciais, mas sem qualquer tentativa de forçar acordos locais espelhados na base de apoio a Lula -imposição que, no entender dos petistas, teria contribuído
para o estouro, em 2005, do escândalo do mensalão.
Ressurreições. Velhas figuras do mensalão voltarão a
dar as cartas em seus partidos
nas eleições municipais deste
ano. José Janene é um dos tesoureiros do PP. Jacinto Lamas permanece no diretório
nacional do PR, legenda que
continua sob as ordens de
Valdemar Costa Neto.
Macio 1. O DEM decidiu
encarar a eleição municipal
como um pleito local, sem
apostar fichas nas críticas a
Lula. A ênfase do partido será
no desempenho dos prefeitos
Gilberto Kassab (São Paulo) e
César Maia (Rio) e na exposição de líderes emergentes como ACM Neto, candidato em
Salvador, e Onyx Lorenzoni,
na disputa em Porto Alegre.
Macio 2. "O Lula não é um
ator na eleição de 2008", diz o
presidente do DEM, Rodrigo
Maia. O partido sabe do risco
que é para seus candidatos bater de frente com um presidente com quase 70% de
aprovação. Radicalização, só
nos debates do Congresso.
Com lupa. O Ministério
Público paulista distribuiu
comunicado a promotores
eleitorais pedindo atenção especial aos contratos fechados
por prefeituras a partir de janeiro e o acompanhamento
de gastos oficiais com propaganda e até com despesas de
celulares e combustíveis.
Radical. Ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele
vai reeditar este ano sua campanha pelo voto nulo na eleição da capital cearense.
"El Sucatón". O atraso de
uma hora e meia de Evo Morales para o encontro que teve
com Lula no sábado se deveu
a uma pane no avião que levava o presidente boliviano à
Argentina. A aeronave, cedida
pelo presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, teve de voar
baixo e lentamente para evitar maiores problemas.
Criatividade. Preocupado
em evitar que vingue a proposta dos presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, Garibaldi
Alves (PMDB-RN), de mudar
o modo de votação de medidas provisórias, o governo
busca saídas originais. Uma
idéia em debate interno prevê
que uma MP deixaria de trancar a pauta por decisão da
maioria dos parlamentares.
Endureceu. A Casa Civil
mudou a versão preliminar do
projeto de lei restringindo o
fumo em locais fechados, que
o Ministério da Saúde elaborou e pretende mandar para o
Congresso em breve. O texto
final será mais claro nas punições a estabelecimentos que
não respeitarem a proibição.
Social. Lula só deve participar do final da reunião de hoje
em que centrais sindicais discutirão a reforma tributária
com o ministro Guido Mantega (Fazenda). Mais do que ouvir as reivindicações, o presidente quer acertar a data de
um jantar prometido já há algum tempo aos sindicalistas.
Mutirão. Presidente da Assembléia paulista, Vaz de Lima (PSDB) realizou um levantamento de todos os projetos que estão prontos para ir
a voto e distribuiu aos líderes
partidários. Desde o dia 7,
quando a Casa voltou do recesso, apenas uma matéria
passou pelo crivo do plenário.
Tiroteio
"É um desrespeito tentar criar uma
emissora por medida provisória."
Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), antecipando que votará contra a MP que cria a TV Brasil, assim como fez com a emenda constitucional que prorrogava a CPMF.
Contraponto
Com vara curta
Durante visita à Amazônia quando presidente, FHC recebeu do assessor Fábio Lepique a sugestão de alisar o pelo de uma onça considerada extremamente dócil. Daria
uma bela foto, argumentou o auxiliar. O tucano descartou
a idéia, mas os fotógrafos cobraram:
-A onça, presidente, põe a mão na onça!
FHC cedeu. Só que a balbúrdia da comitiva irritou o
animal, que num bote quase atingiu a mão do presidente.
A foto foi destaque em toda a mídia.
-Pensei que ia voltar para Caraguatatuba, de onde nunca deveria ter saído-, lembra Lepique, hoje subprefeito do bairro paulistano de Vila Mariana.
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