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TODA MÍDIA
Coração na boca
NELSON DE SÁ
O dia já começou carregado, com Ancelmo Góis
anunciando em "O Globo" que
"Lula vai criar o Ministério da
Administração".
E com o ex-collorido Cláudio
Humberto acrescentando em
"O Dia" que o presidente "quer
contratar um gerentão" para o
lugar de José Dirceu.
E com Eliane Cantanhêde fazendo na Folha On Line a comparação de Antonio Palocci com
Dirceu, que "está perdendo as
estribeiras" e:
- Precisa de descanso. Quem
sabe fora do Planalto?
A partir daí Brasília não viveu
de outro assunto.
Já de madrugada o blog de Ricardo Noblat trazia:
- Se continuar criando problemas para o presidente, Dirceu pode perder o emprego de
uma hora para outra.
No meio do dia, nova entrada
no blog:
- O mercado está agitado
com a suspeita de que Dirceu
pode deixar o governo.
Às 16h, mais blog:
- Brasília está com o coração
na boca à espera da confirmação
ou não da saída. As pessoas se
telefonam, a oposição espalha
que ele vai cair e os jornalistas
suplicam por notícias.
Início da noite, mais blog:
- O dia hoje promete entrar
pela noite. O deputado João
Paulo acabou de conversar com
Lula. Em vez de voltar à Câmara,
foi direto para casa. O Congresso fervilha com a história de que
teria sido sondado para o lugar
de Dirceu.
O líder do PTB na Câmara, José Múcio, não se agüenta e diz à
versão on line de "O Estado de
S.Paulo" que "a cidade só fala na
saída de Dirceu. Gosto dele, mas
a situação está beirando a insustentabilidade".
O pânico se instala, ou talvez o
sentido de oportunidade. O
UOL dá a manchete:
- Principal aliado, PMDB
ameaça deixar o governo.
Se a capital federal já era uma
central de boatos, com a crescente cobertura on line ela se
aproxima da histeria.
E os efeitos sobre os telejornais
noturnos das principais redes já
se fazem sentir. Por exemplo, na
primeira manchete do Jornal da
Record, ontem:
- Boatos da queda de Dirceu
agravam a crise e confundem
aliados no Congresso.
INIMIGO EXTERNO
Entrou em cena um site próximo do tucanato, com
opiniões fundadas e menos alarido.
Chama-se E-agora e trazia desde anteontem, por
exemplo, a análise dos motivos do ataque de José Dirceu
a tucanos como Tasso Jereissati e Aécio Neves:
- É um expediente para que Dirceu possa continuar
formalmente no comando do aparelho governamental e
do Partido dos Trabalhadores.
Ontem, Eduardo Graeff, que foi secretário-geral da
Presidência com FHC e protagoniza o site, acrescentou:
- A saraivada de grosserias (de Dirceu) só se explica
como tentativa de Dirceu de arrumar "inimigo externo"
para se segurar na "luta interna".
Pelo mundo
Com Brasília desabando à sua
volta, Lula vai para o mundo.
Ontem, deu um jeito de abrir a
agenda para uma entrevista ao
"New York Times".
Rumo à China
É lá fora que estão as poucas
boas notícias de Lula.
O chanceler Celso Amorim
continua em Pequim, ao menos
foi de lá que falou longamente
ao "Wall Street Journal".
Disse que as negociações para
a criação de um bloco de livre
comércio com a China abrem
em menos de um mês -antes
da viagem de Lula. Dele, no
"WSJ" de ontem:
- China e Índia são mercados que estão crescendo muito
rapidamente. O potencial da
China é enorme.
Mandarim
Não é só o Ministério das Relações Exteriores que tem a cabeça no Oriente.
O "Valor Econômico" falou
dos executivos que "começam a
estudar mandarim para agradar
os chineses". De um analista da
Vale do Rio Doce, há seis meses
aluno de Yuan Aiping:
- A China está prestes a dar
um boom e poucos terão disposição para estudar o mandarim,
que é muito difícil. Queremos
nos destacar.
De um advogado que montou
filial em Xangai e é aluno de Tyn
Yn Chang, em SP:
- Falar um pouco já faz toda
a diferença na hora de fechar
qualquer negócio por lá.
E relatou como obteve um
desconto de 80% num vaso.
Efervescente
Num ritmo que Eliane Cantanhêde descrevia como "efervescente", dias atrás na Folha On
Line, a área externa tinha mais
boas novas no "Valor":
- Colômbia, Venezuela e
Equador se unem ao Mercosul.
Pelo petróleo
Por falar em viagens, a BBC
destacou o anúncio do vôo de
Tony Blair à Líbia, hoje, para ver
Muammar Gaddafi.
Lula fez o mesmo e foi criticado. Já Blair é louvado no "Financial Times" pelas "negociações históricas" -que incluem
a exploração de petróleo pela
Shell. Está previsto até acordo
na área de defesa.
Partidarismo
Os depoimentos sobre o 11/9
vinham calmos, os jornais americanos elogiavam a ausência de
partidarismo.
Mas aí surgiu Richard Clarke,
ex-assessor de Bush, e declarou
diante das câmeras de CNN,
Fox, BBC, que o governo falhou
com "as famílias do 11/9". A
campanha reabriu.
CENSURA O órgão que regula a publicidade britânica julgou ofensivo e vetou um cartaz da modelo Elle MacPherson. Com a proibição, a publicidade, que já havia sido veiculada na revista "Vogue", acabou reproduzida em vários jornais europeus, como o "La Reppublica"
ENDEREÇOS
"O Globo" - oglobo.globo.com/jornal; "O Dia" - odia.ig.com.br; Folha On Line
-www.folha.uol.com.br; blog de Ricardo Noblat - noblat.blig.ig.com.br; "O Estado
de S.Paulo" - www.estado.com.br; UOL - home.uol.com.br; E-agora - www.e-agora.org.br; "The Wall Street Journal" - online.wsj.com/home/us; "Valor Econômico"
- www.valor.com.br; "Financial Times" - ft.com; "Vogue" - www.vogue.co.uk; "La Reppublica" - www.repubblica.it
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