UOL

São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente do STJ vê cortes como "pedrada"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, afirmou, ontem, durante evento na capital mineira, que o corte de recursos orçamentários imposto pelo governo federal para cumprimento da meta de superávit primário "atinge duramente" o Judiciário.
"É uma pedrada que levamos", disse o ministro. Naves afirmou que, dos R$ 150 milhões previstos para modernização da Justiça Federal, R$ 92 milhões -ou 62%- foram contingenciados.
"Sabemos que toda vez que há problemas com as finanças [do país", há um contingenciamento, mas lamento que isto atinja tão duramente a Justiça", disse.
O presidente do STJ diz não concordar com as declarações de Luiz Inácio Lula da Silva, nas quais ele defendeu o controle externo do Judiciário e a abertura da "caixa-preta" desse Poder.
Naves afirmou ainda que é "radicalmente contra" o controle externo do Judiciário.
As declarações de Lula foram criticadas pelo ministro do STJ João Otávio de Noronha. "O presidente se mostra um homem nitidamente desinformado. Tenho dúvidas de quem fez a declaração, se foi feita pelo presidente, pelo líder sindical, pelo amigo do Hugo Chávez [presidente da Venezuela], ou pelo fã incondicional do ditador Fidel Castro [de Cuba]."
Noronha considerou inadequada a instalação do que chamou de "controles demagógicos" sobre o Judiciário, formados, segundo ele, por "representantes de cidades, de diversos órgãos sem representação social ou representação política". (THIAGO GUIMARÃES)


Texto Anterior: Juduciário: Bastos defende reforma "radical"
Próximo Texto: Frases
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.