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Presidente do STJ vê cortes como "pedrada"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, afirmou, ontem, durante evento na capital mineira,
que o corte de recursos orçamentários imposto pelo governo federal para cumprimento da meta de
superávit primário "atinge duramente" o Judiciário.
"É uma pedrada que levamos",
disse o ministro. Naves afirmou
que, dos R$ 150 milhões previstos
para modernização da Justiça Federal, R$ 92 milhões -ou 62%-
foram contingenciados.
"Sabemos que toda vez que há
problemas com as finanças [do
país", há um contingenciamento,
mas lamento que isto atinja tão
duramente a Justiça", disse.
O presidente do STJ diz não
concordar com as declarações de
Luiz Inácio Lula da Silva, nas
quais ele defendeu o controle externo do Judiciário e a abertura da
"caixa-preta" desse Poder.
Naves afirmou ainda que é "radicalmente contra" o controle externo do Judiciário.
As declarações de Lula foram
criticadas pelo ministro do STJ
João Otávio de Noronha. "O presidente se mostra um homem nitidamente desinformado. Tenho
dúvidas de quem fez a declaração,
se foi feita pelo presidente, pelo líder sindical, pelo amigo do Hugo
Chávez [presidente da Venezuela], ou pelo fã incondicional do ditador Fidel Castro [de Cuba]."
Noronha considerou inadequada a instalação do que chamou de
"controles demagógicos" sobre o
Judiciário, formados, segundo
ele, por "representantes de cidades, de diversos órgãos sem representação social ou representação
política".
(THIAGO GUIMARÃES)
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