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Polícia irá pedir quebra de sigilo de 20 suspeitos
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal de São Paulo pedirá à Justiça a execução
das quebras dos sigilos bancário e fiscal de cerca de 20 dos 43
nomes, entre pessoas físicas e
jurídicas, investigados por suspeita de envolvimento com um
suposto esquema de venda de
sentenças judiciais a favor de
bingos e fraudadores do fisco.
A informação foi dada ontem
pela Superintendência da PF,
que admitiu que o vazamento
de informações da Operação
Têmis -deusa grega da Justiça- a suspeitos prejudicou o
cumprimento dos mandados
de busca e apreensão de documentos na última sexta-feira.
Policiais envolvidos na investigação revelaram que a maior
parte do material apreendido
(mais de 80 sacolas foram utilizadas) "é lixo", ou em outras
palavras: não tem valor como
prova que incrimine alguém.
Os principais documentos
para a investigação teriam sido
retirados dias antes pelos investigados após o vazamento
da operação. Por isso, a PF
acredita que chegará aos chefes
da quadrilha por meio das quebras dos sigilos dos suspeitos,
além da delação premiada dos
supostos envolvidos.
Segundo a PF, o objetivo das
quebras dos sigilos é identificar
eventuais recursos de origem
suspeita nas contas e ver se
houve lavagem de dinheiro
(ocultação de bens financeiros
de origem ilícita ou legalização
desse dinheiro). A PF pretende
ouvir hoje um dos três policiais
civis suspeitos de obter e repassar informações sigilosas sobre
a Operação Têmis a suspeitos
de pertencerem à quadrilha.
O escrivão Celso Pereira de
Almeida, o Xuxinha, do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado deve
prestar depoimento pela manhã. Os outros investigados são
José Luiz Costa Alvarez, do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo e outro
policial da 8ª Delegacia Seccional. Eles teriam recebido detalhes da operação por Washington Alves Rodrigues Gonçalves,
funcionário da Telefônica
-empresa que cuida das interceptações de sinais que era feito nos envolvidos no esquema.
Até ontem, duas testemunhas foram ouvidas no inquérito que apura o envolvimento de
43 pessoas num esquema de
venda de sentenças judiciais a
favor de bingos e fraudadores
do fisco. O procurador da fazenda Sergio Gomes Ayala, investigado por favorecimento
em matérias tributárias, chegou a ser chamado para depor,
mas seus advogados afirmaram
que ele só fará isso quando a defesa tiver acesso ao inquérito.
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