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Juíza do Rio acaba com sigilo em parte do processo de 21 presos pela Polícia Federal
DA SUCURSAL DO RIO
A juíza Ana Paula Vieira de
Carvalho, da 6ª Vara Criminal
Federal do Rio, afastou o segredo de Justiça do processo de 21
presos na Operação Hurricane.
Após o desmembramento do
caso -separando as pessoas
com foro especial, cujo futuro
será decidido pelo STF, e os outros investigados-, o Ministério Público Federal no Rio denunciou 24 pessoas no último
dia 20. Além dos 21 presos no
dia da operação, foram denunciados os três tesoureiros dos
contraventores Capitão Guimarães, Anísio e Turcão.
A juíza utilizou como argumento para sua decisão "o indubitável (e legítimo) interesse
público na apuração e acompanhamento dos fatos". As partes
anteriores, em que constam relatórios das escutas telefônicas,
foram mantidas sob sigilo.
Ela determinou ainda a
transferência dos 21 presos para a penitenciária federal de
Campo Grande (MS). Em decisão de ontem, determinou a
"imediata transferência"; no
dia 20, havia falado em transferência após os depoimentos,
que começam quinta-feira.
A assessoria da juíza não soube informar se os presos estarão no Rio na quinta-feira para
os depoimentos. Os primeiros
convocados a prestar depoimentos são os contraventores
Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, Aniz Abrahão
David, o Anísio, e Antônio Petrus Kalil, o Turcão.
Segundo a juíza, os três são os
líderes da organização criminosa, especializada na exploração de jogos de azar e verdadeiros donos de casas de bingo" no
Rio" e compõem o "núcleo duro
da quadrilha, determinando todos os destinos do grupo".
O fato de os presos serem
mantidos fora do Rio deve implicar gastos vultosos e freqüentes para a Polícia Federal,
uma vez que será a instituição
incumbida de fazer o transporte até o local dos depoimentos.
Os presos não serão interrogados no mesmo dia, mas estão
divididos em grupos de três, em
sete datas diferentes -26, 27 e
30 de abril e 2, 3, 4 e 7 de maio.
Preocupado com eventuais
pedidos de nulidade do processo, o Ministério Público Federal pediu à juíza que os acusados estejam presentes a todos
os atos do processo, o que foi
acolhido pela juíza.
Não há nas decisões os motivos por que a juíza optou por
mantê-los em outro Estado, e a
magistrada não deu entrevista.
Dória
O juiz Ernesto Pinto Dória,
preso pela PF, diz, em conversas gravadas, que pediu ao empresário João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, que o "Jornal
Nacional" não noticiasse que o
bicheiro Antônio Petrus Kalil,
o Turcão, era suspeito de ter
contribuído para a compra de
dossiê contra tucanos na campanha eleitoral de 2006. Nenhuma das conversas gravadas
foi mantida com o empresário.
A Central Globo de Comunicação disse que "não é a primeira vez nem será a última que alguém se vangloria falsamente
de ter influência sobre o noticiário da TV Globo". Em comunicado, afirmou: "Além desse
pedido nunca ter existido, basta examinar nossa cobertura
para comprovar que isso não
procede. O JN não só citou o
Turcão como deu o furo no dia
18 [de outubro passado]".
A Globo informou que Dória
trabalhou na assessoria do jornalista Roberto Marinho
(1904-2003), que presidia as
Organizações Globo. Em seu
currículo no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em Campinas, Dória fez constar a informação de que trabalhou como
assessor especial de Marinho
de 1975 a 1985.
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