São Paulo, sábado, 25 de abril de 1998

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PAINEL

Batendo o martelo
Um grupo que foi próximo a Serjão se reunirá com FHC neste final de semana para tratar do titular do Ministério das Comunicações. Luiz Carlos Mendonça de Barros é o preferido, mas só deve virar ministro se puder indicar seu sucessor no BNDES.

Ficaram no desejo
Naufragou a manobra de parte da cúpula nacional do PFL para que ACM se candidatasse ao governo da Bahia. Quem falou com o senador pefelista ontem sentiu que seus planos são nacionais e que ele se recomporá logo .

Avaliação carlista
Paulo Souto deve ser o candidato do PFL ao governo da Bahia. Pela lealdade demonstrada a Luís Eduardo Magalhães, cedendo-lhe a vaga para a disputa na sucessão baiana, Souto tende a ser o escolhido de ACM.

É só insistir
Convidado por Serra (Saúde) para assumir a liderança do governo na Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE) dá sinais de que não deseja a função, mas também insinua que não resistirá a um telefonema de FHC.

Raposa velha
Inocêncio Oliveira recebeu com um pé atrás o convite para assumir a liderança do governo, feito por Serra (Saúde). Suspeitou de um movimento para contornar as resistências que o ministro tucano tem no PFL e pessoalmente junto a ele próprio.

Prós e contras
Na Câmara, avaliava-se ontem que, para ir para a liderança do governo, Inocêncio (PFL) teria de desistir da presidência da Câmara em 99. Senão, teria dificuldades com PSDB e PMDB, que também querem o cargo.

Descaso oficial
De cadeira de rodas por ter machucado o pé, o ex-secretário de Cultura Marcos Mendonça não conseguiu acompanhar Covas (SP) ontem na entrega de novos trens. As estações não tinham acesso para deficientes.

Volta à oposição
O filósofo José Arthur Gianotti, que foi do Conselho Nacional de Educação até setembro passado e é amigo de FHC, dará uma aula pública na rua em São Paulo, na terça, no lançamento da campanha "Eu quero estudar" da UNE e da UEE-SP.

Agitação tucana
Candidato a deputado, Pimenta da Veiga dá uma freada na campanha em Minas e vai a Brasília amanhã. Tucanos tratarão da articulação política.

Gogó de ouro 1
Em conversa recente com Régis de Oliveira (PFL), vice-prefeito de São Paulo que se opõe a Pitta, Maluf pediu trégua. Falou até em secretaria no governo do Estado se vencer a eleição. Oliveira recusou. Mas vereadores rebeldes se interessaram.

Gogó de ouro 2
Oliveira disse que queria Pitta fora da Prefeitura de São Paulo. Maluf disse que não poderia fazer isso. Depois do encontro, vereadores rebeldes começaram a ser mais dóceis com o prefeito. Alguns malufistas têm argumentos de valor para persuadir.

Não é boba
Marta Suplicy (PT) fará campanha depois de amanhã na sempre lotada linha de trem Itapevi-Barra Funda, que liga os subúrbios da região oeste da Grande São Paulo à capital. Mas vai no sentido contrário ao do rush, com os vagões mais vazios.

Malvadeza paraibana
Depois de ter atacado o governador José Maranhão, Ronaldo Cunha Lima continua destratando publicamente os adversários no PMDB. Anteontem, a presidente estadual do partido, Aracilba Alves, levou descompostura no plenário do Senado.

Saia justa
A ex-sem-terra Débora Rodrigues deve se encontrar hoje com João Stedile (MST), que a criticou duramente por ter posado nua para a "Playboy". Os dois devem ir ao aniversário de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Visita à Folha
O ministro do Trabalho, Edward Amadeo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Guilherme da Nóbrega, assessor de comunicação.

TIROTEIO


De Covas (PSDB), candidato à reeleição, ao saber que Marta Suplicy disse ser preconceituoso o governador tê-la chamado de "menininha do PT":
- Preconceito?! Preconceito seria seu eu a chamasse de velha. Menininha é simpático. Nunca vi mulher que não gostasse de ser chamada de mais nova.

CONTRAPONTO

Lógica torta
Ulyssista convicto, Francisco Simões, prefeito de Petrolândia (PE), resolveu fazer um grande comício em homenagem ao candidato do PMDB nas eleições presidenciais de 1989.
Tudo pronto, Simões convidou Miguel Arraes, que naquela época ainda estava filiado ao PMDB. No comício, Arraes discursou pedindo votos para Lula (PT). O prefeito estranhou:
- O sr. vai votar no Lula? - perguntou Simões logo depois.
Arraes, que só no segundo turno assumiria publicamente seu apoio à candidatura de Lula, respondeu, com um sorriso matreiro nos lábios:
- Eu não. Vou votar no Ulysses (Guimarães, o candidato do PMDB).
Simões ficou sem entender:
- Como assim, se o sr. acabou de pedir votos para o Lula?
E Arraes:
- É que todos sabem a seção em que eu voto. Se não aparecer nenhum voto para o Ulysses, vão saber que eu votei no Lula.



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