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CONTAS PÚBLICAS
Para equipe econômica, prorrogação é única forma de garantir recursos para Saúde sem causar desequilíbrios
Governo quer imposto do cheque até 2000
da Sucursal de Brasília
O governo deve pedir ao Congresso Nacional a prorrogação da
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira,
o imposto do cheque) até dezembro do ano 2000. A regra atual prevê a cobrança dessa contribuição
somente até dezembro deste ano.
A Folha apurou que a manutenção da CPMF por mais dois anos é
vista pela equipe econômica como
a principal medida de curto prazo
para garantir recursos para a área
de saúde sem aumentar o desequilíbrio nas contas públicas. Neste
ano, por exemplo, a CPMF deverá
arrecadar cerca de R$ 7 bilhões.
A proposta de prorrogar a CPMF
ainda está em discussão no governo porque irá depender da aprovação de uma emenda constitucional. O governo está avaliando
as dificuldades políticas para
aprovar essa prorrogação.
Fatores
Dois fatores podem dificultar a
aprovação dessa proposta no
Congresso: a eleição de outubro e
o vazio político gerado pelas mortes do ministro Sérgio Motta (Comunicações) e do deputado Luís
Eduardo Magalhães (PFL-BA).
Teoricamente, a equipe econômica considera essa contribuição
inadequada, mas não há como
manter os recursos para a área de
saúde sem sua prorrogação. Se
aprovada pelo presidente FHC, a
proposta de emenda constitucional deverá ser enviada ao Congresso ainda neste semestre.
A manutenção dos recursos para
a área foi negociada pelo ministro
da Saúde, José Serra (PSDB-SP),
quando aceitou a indicação para o
cargo. Para manter esse acordo, a
única alternativa é prorrogar a cobrança da CPMF. A expectativa é
que a prorrogação possa ser aprovada até dezembro próximo.
Para o economista Raul Velloso,
especialista em contas públicas, a
prorrogação da CPMF é necessária, mas ele acha que é muito difícil o governo aprovar essa medida
ainda neste ano. Segundo ele, a
prorrogação só seria aprovada em
1999, caso se confirme a reeleição
de FHC.
A equipe econômica também estuda solicitar ao Congresso a prorrogação do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal) até o ano 2000.
Criado inicialmente com o nome
de Fundo Social de Emergência, o
fundo teve seu nome alterado em
1995, quando foi solicitada sua
primeira prorrogação, até 1999.
O FEF é um mecanismo que desvincula receitas e dá ao governo
mais liberdade para aplicar seus
recursos. Neste ano, o volume de
recursos do FEF deve ficar em R$
33,875 bilhões, segundo informações do Ministério do Planejamento.
Nesse caso, porém, não há urgência em enviar a emenda constitucional para o Congresso. Isso
poderá ser feito no segundo semestre ou mesmo no próximo
ano, caso FHC seja reeleito.
˛Nos dois casos (FEF e CPMF),
o governo trabalha com o prazo de
dois anos -até o ano 2000- porque avalia que a proposta de reforma fiscal e tributária deverá ser
aprovada até o final do próximo
ano.
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