São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997.



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JORNALISMO
Em 25ª edição, programa de trainees terá oito semanas
Curso da Folha vai dar ênfase às reportagens investigativas

Da Redação

Terminam depois de amanhã as inscrições para seleção da nova turma de trainees da Folha. Até anteontem, 115 candidatos tinham enviado fichas de inscrição para o 25º curso da série iniciada em 1985. Os interessados ainda podem inscrever-se pela Internet, clicando o anúncio do Programa de Trainees na homepage da Folha (http://www.uol.com.br/fsp/).
O programa de treinamento foi reformulado e passa a dar ênfase à investigação jornalística e à informática.
O curso dura agora oito semanas (até a 24ª edição eram cinco) e terá início no próximo dia 9, com término em 1º de agosto.
Para o jornal, a melhor forma de preparar jovens talentosos para o mercado profissional é imergi-los numa atmosfera de excelência jornalística.
Com este objetivo, vai pô-los em contato direto com repórteres e colaboradores como Fernando Rodrigues, Elio Gaspari, Luís Nassif e Marcelo Coelho.
São dois os objetivos do Programa de Trainees, segundo o coordenador de Treinamento da Redação, Marcelo Leite: identificar estudantes e recém-formados com talento para jornalismo e treiná-los nos padrões editoriais preconizados no "Novo Manual da Redação" da Folha. Em poucas palavras: jornalismo pluralista, apartidário, crítico e moderno.
"Os exercícios e atividades propostos aos trainees procuram envolver todas essas questões ao mesmo tempo", diz Marcelo Leite, 39, que até janeiro exerceu o cargo de ombudsman.
"Nossa meta é estimular o aluno a buscar soluções rápidas e criativas que satisfaçam sempre os quatro critérios -exatamente o que se espera de um jornalista da Folha", afirma Leite.

Palestras e Internet
O 25º programa traz várias inovações com relação aos cursos anteriores. A inscrição agora é contínua, ou seja, as fichas recebidas depois de terça-feira serão guardadas para a seleção da turma seguinte (estão previstos três cursos por ano). Ela pode ser feita também pela Internet, em qualquer período do ano.
O curso propriamente dito terá 10 trainees, mas para a primeira semana serão selecionados 40 candidatos, por meio de teste de conhecimentos gerais marcado para o dia 2 de junho.
Eles assistirão a cinco palestras de jornalistas e pesquisadores de renome (veja quadro com a programação). Encerrado o ciclo de palestras, nova seleção indicará os dez alunos para a segunda fase (sete semanas).
Além dos exercícios de redação, reportagem e edição, terão aulas de português com o consultor da Folha Pasquale Cipro Neto e de matemática financeira com o professor José Dutra Vieira Sobrinho, da USP.
O jornalista Marcelo Coelho, articulista e membro do Conselho Editorial, conduzirá um laboratório de texto.
Uma das novidades deste 25º Programa é o treinamento em investigação por computador, tendência conhecida nos Estados Unidos como "computer-aided reporting" (CAR).
Ele será dado num workshop a cargo da jornalista norte-americana Lise M. Olsen e do mexicano Pedro Enrique Armendares, que fundaram na Cidade do México filial da organização norte-americana Investigative Reporters and Editors (IRE). As aulas serão em espanhol.
As técnicas assimiladas no workshop deverão ser postas em prática nas duas últimas semanas. Elas serão tomadas por um projeto concreto de investigação jornalística, sob coordenação do repórter Fernando Rodrigues. O resultado do trabalho será editado num caderno especial pelos alunos.


As palestras 9.jun.97: Elio Gaspari, "Como se Constrói uma Reportagem"
10.jun.97: Glenn McGee (Centro de Bioética da Universidade da Pensilvânia, EUA), "Caso Dolly: A Imprensa e seus Clones"
11.jun.97: Luís Nassif, "A Dívida do Jornalismo com a CPI dos Precatórios"
12.jun.97: Renato Janine Ribeiro, "O Público e o Privado: Uma Fronteira Problemática"
13.jun.97: Alberto Dines, "Uma Visão da História do Jornalismo Brasileiro"
Obs.: as sessões serão realizadas de manhã



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