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PERSONALIDADE
Irmão de ex-presidente estava internado havia 66 dias
Escritor Guilherme Figueiredo
morre aos 82 após derrame
da Sucursal do Rio
O escritor Guilherme Figueiredo, 82, irmão do ex-presidente da
República João Figueiredo, morreu ontem às 2h no Rio. Ele estava
internado havia 66 dias no hospital
Samaritano, em Botafogo (zona
sul), em consequência de um acidente vascular cerebral.
Na sexta-feira, Guilherme Figueiredo piorou e foi levado ao
Centro de Tratamento Intensivo.
Durante a madrugada, sofreu uma
parada cardíaca. O enterro está
marcado para hoje, às 11h, no cemitério do Caju (zona norte).
O escritor era casado com Alba
Figueiredo, 81. Deixa dois filhos,
quatro netos e um livro de memórias inédito, "A Bala Perdida".
Mais velho dos filhos do general
Euclides Figueiredo, Guilherme
era o intelectual na família de militares. Além do ex-presidente João
Figueiredo, são generais os irmãos
Diogo e Euclides.
Em 1932, Guilherme Figueiredo
participou com o pai do movimento constitucionalista de São Paulo.
Quando Euclides Figueiredo foi
preso, Guilherme levava até ele bilhetes escondidos nos sapatos.
Como Euclides Figueiredo foi
proibido de ir ao casamento do filho, Guilherme passou a
lua-de-mel na prisão.
Formado em direito, jamais
exerceu a profissão de advogado.
Estreou na literatura em 1936, com
o livro de poemas "Um Violino na
Sombra".
Em 1939, publicou seu primeiro
romance, "Trinta Anos sem Paisagem". Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras em 1963,
mas não foi eleito. Sobre o episódio, escreveu "As Excelências
-ou Como Entrar para a Academia". Até ser internado, Guilherme Figueiredo escrevia semanalmente uma coluna no jornal "O
Globo" e dirigia a biblioteca da
Universidade do Rio de Janeiro.
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