São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997.



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PERSONALIDADE
Irmão de ex-presidente estava internado havia 66 dias
Escritor Guilherme Figueiredo morre aos 82 após derrame

da Sucursal do Rio

O escritor Guilherme Figueiredo, 82, irmão do ex-presidente da República João Figueiredo, morreu ontem às 2h no Rio. Ele estava internado havia 66 dias no hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul), em consequência de um acidente vascular cerebral.
Na sexta-feira, Guilherme Figueiredo piorou e foi levado ao Centro de Tratamento Intensivo. Durante a madrugada, sofreu uma parada cardíaca. O enterro está marcado para hoje, às 11h, no cemitério do Caju (zona norte).
O escritor era casado com Alba Figueiredo, 81. Deixa dois filhos, quatro netos e um livro de memórias inédito, "A Bala Perdida".
Mais velho dos filhos do general Euclides Figueiredo, Guilherme era o intelectual na família de militares. Além do ex-presidente João Figueiredo, são generais os irmãos Diogo e Euclides.
Em 1932, Guilherme Figueiredo participou com o pai do movimento constitucionalista de São Paulo. Quando Euclides Figueiredo foi preso, Guilherme levava até ele bilhetes escondidos nos sapatos.
Como Euclides Figueiredo foi proibido de ir ao casamento do filho, Guilherme passou a lua-de-mel na prisão.
Formado em direito, jamais exerceu a profissão de advogado. Estreou na literatura em 1936, com o livro de poemas "Um Violino na Sombra".
Em 1939, publicou seu primeiro romance, "Trinta Anos sem Paisagem". Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras em 1963, mas não foi eleito. Sobre o episódio, escreveu "As Excelências -ou Como Entrar para a Academia". Até ser internado, Guilherme Figueiredo escrevia semanalmente uma coluna no jornal "O Globo" e dirigia a biblioteca da Universidade do Rio de Janeiro.



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