São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2001

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Saída de emergência
A crise de energia elétrica é chamada no Congresso de o "apagão político" de FHC. O próprio Planalto já detectou um movimento sutil, mas crescente, de políticos da base governista que, a exemplo do PTB, estão propensos a mudar de lado.

Toque de recolher
Ciro Gomes, Itamar Franco e até Lula têm recebido sinais expressivos de senadores, deputados e outras lideranças aliadas a FHC. O desembarque do projeto eleitoral governista, no entanto, dependerá do reflexo da crise energética nas pesquisas.

Luz no fim do túnel
FHC vai fazer de tudo para evitar o apagão, cenário que considera trágico. Avalia que o racionamento e as sobretaxas vão desgastá-lo, mas não a ponto de ele deixar de influenciar na eleição. Se a popularidade não cair muito, FHC acha que segura a base em torno de seu candidato.

Voz da experiência
Sarney (PMDB) procurou aliados de Itamar e Ciro para propor uma dobradinha entre os dois. O ex-presidente defende que o candidato que estiver melhor em 2002 encabece a chapa.

Presença incômoda
Por mais que tente evitar a imagem de "novo Collor", Ciro não consegue afastar-se do fantasma do ex-presidente. Ao aliar-se ao PTB, terá Roberto Jefferson, líder da tropa de choque collorida, em seu palanque.

Discurso oportuno
Lula será lançado candidato a presidente da República em uma feijoada, amanhã, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. O petista estará presente, mas o PT diz que o lançamento vai ocorrer à sua revelia.

Segundo tempo
O PT leva ao ar na segunda um programa de 20 minutos em rede nacional. Os ratos continuam em cena. Mas deixam de roer a bandeira. Justificativa: teriam sido derrotados pelos petistas.

Governo na mira
Há duas teorias sobre a autoria do boato que dominou ontem o Senado. Para prejudicar FHC, ACM teria espalhado que José Roberto Arruda disse a senadores, entre os quais Jader Barbalho, que o presidente lera a lista da cassação de Luiz Estevão.

Pressão total
A outra teoria é que Jader teria espalhado a história para acuar FHC e evitar ser a bola da vez após a renúncia de ACM. Pista: um deputado jura que ACM disse ter certeza de que Arruda mostrara a lista a FHC.

Cordão sanitário
Dois emissários de FHC procuraram José Roberto Arruda (ex-PSDB) assim que ele renunciou. Disseram que FHC nunca trabalhou para prejudicá-lo. E pediram que o antigo líder do governo poupasse o governo.

Com a palavra...
O tucano Geraldo Alckmin é o autor do projeto do Código de Defesa do Consumidor, atropelado pelo governo na tentativa de evitar reclamações na Justiça por problemas provocados pelo plano de racionamento. Ontem, o governador preferiu silenciar.

Barrados no baile
ACM quer anunciar sua renúncia em um ato na Bahia no fim de semana. Mas carlistas temem que a oposição estrague a "festa". Uma briga entre manifestantes e a PM baiana seria desastrosa para o pefelista.

Visita à Folha
Fernando Barbosa Vianna, presidente da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Célia Regina de Souza, assessora de imprensa, e de Maria Theodora Silva, da NTS Consultoria de Comunicação e Marketing.   Joseph Couri, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ronaldo Marchese, consultor da Infra2020, e de José Roberto C. Peixoto, da área de projetos especiais da Rede Vida.

TIROTEIO

Do deputado Tilden Santiago, candidato a presidente do PT, sobre a medida provisória do governo que atropela o Código de Defesa do Consumidor:
- Só falta revogar a lei da gravidade para gerar energia.

CONTRAPONTO

Civismo às escuras

Ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Olavo Drummond é um dos organizadores da comemoração do centenário do presidente Juscelino Kubitschek. Uma de suas idéias é colocar uma placa na avenida que leva o nome de JK em São Paulo.
A placa seria uma homenagem a Olavo Setúbal também. Em pleno governo militar, o ex-prefeito foi ousado ao dar o nome do presidente à avenida dois dias após sua morte.
Mas, para colocar a placa, Drummond precisava da autorização de Marta Suplicy (PT). Dias atrás, telefonou para o Palácio das Indústrias:
-Preciso falar-lhe com urgência. O motivo é cívico.
Marta respondeu:
-Então venha, mas antes das 19h, também por motivo cívico.
Rindo, Olavo Drummond quis saber o motivo.
- Nesse horário eu tenho de apagar as luzes...



Próximo Texto: Senado em crise: Arruda renuncia ao Senado, poupa FHC e já prepara volta pelo PFL
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.