São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2001

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REPERCUSSÃO

ANTONIO CANDIDO, crítico literário, professor emérito da USP: "A morte de Milton Santos é uma perda irreparável. Ele representava nas ciências humanas o que se pode chamar de ala combatente. O que foi Florestan Fernandes na sociologia, ele foi na geografia humana. Nos seus trabalhos, o rigor científico nunca foi obstáculo a uma consciência social desenvolvida e profundamente arraigada nos problemas do Brasil. Era um cientista de vanguarda e um grande cidadão".

CELSO FURTADO, economista e ex-ministro do Planejamento (63-64) de João Goulart: "Conheci o Milton na Europa, no exílio, depois do golpe de 64. Era uma pessoa modesta, muito simples, e só aos poucos fui percebendo a grandeza de seu pensamento. Não era apenas um cientista social, era um homem de pensamento muito rico e abrangente. Nunca tinha visto um geógrafo com tamanha amplidão de vista e percepção dos problemas maiores da sociedade".

MARTA SUPLICY, prefeita de São Paulo: "São Paulo perde um colaborador que organizava um grupo para pensar o impacto da globalização nos grandes centros urbanos, mas o Brasil perde muito mais. Perde um dos seus grandes pensadores, alguém que não tinha o medo de pensar o novo, uma pessoa como Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro".

MARCO AURÉLIO GARCIA, secretário da Cultura de São Paulo: "O país perde um de seus últimos intelectuais com visão abrangente e profunda do Brasil. A inteligência sofreu um golpe. Mas as idéias e o exemplo do professor Milton Santos perdurarão".

PAULO SÉRGIO PINHEIRO, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP: "Conheci o Milton em setembro de 1967, em Paris, na casa de Celso Furtado. Era um mestre e um grande humanista. Foi um dos maiores geógrafos do século 20. Para a USP e a cultura brasileira, é uma perda chocante".

CARLOS LESSA, economista, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro: "O Milton era uma figura de proa do país. Ele está para a geografia moderna no mesmo nível que o Fernand Braudel [historiador francês" está para a história. Era um intelectual engajado nas causas sociais e democráticas".

MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES, economista, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro: "Milton Santos morreu? Ai, mas que má notícia você me deu agora. É uma mágoa terrível. Eu queria muito bem a ele. Ia deitar para dormir um pouco, mas agora não vou mais conseguir. Eu o prezava muito. É só o que tenho condições de dizer agora".



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