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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Presidente afirma que tucano José Serra será o vitorioso
FHC elogia proposta de Lula,
mas não confirma encontro
LEILA SUWWAN
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O presidente Fernando Henrique Cardoso freou ontem a estratégia tucana de associar a candidatura de oposição a um risco de
"argentinização" do Brasil e elogiou a iniciativa do presidenciável
petista, Luiz Inácio Lula da Silva,
de divulgar a "Carta ao povo brasileiro", na qual se comprometeu
a manter os pilares da política
econômica atual durante um período de transição, se eleito.
"Só posso achar bom [o compromisso petista". Acho que a população quer segurança, e segurança depende, hoje em dia, de
uma política macroeconômica séria e austera, que tome em consideração a situação fiscal, que gere
o superávit necessário para fazer
frente às dívidas." A política de
superávit fiscal -que, segundo o
petista, seria mantida- é a economia de gastos do governo para
pagar os juros da dívida da União.
Sobre eventual encontro com
Lula -que se diz disposto a dialogar com o governo para conter a
crise financeira-, disse apenas:
"Ele não falou nada comigo".
O presidente está no Rio desde
domingo, participando do seminário Rio +10, última reunião internacional antes da conferência
da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável, que ocorrerá na África do Sul entre 26 de
agosto e 4 de setembro.
FHC atribuiu as recentes turbulências no país a "preocupações
políticas" e sugeriu que a angústia
do mercado é desnecessária porque, para ele, o tucano José Serra
será vitorioso. "Não acredito que
seja necessário ficar gerando
preocupações políticas antes da
hora. Primeiro, porque acho que
vamos vencer as eleições. Segundo, porque, vença quem vencer,
vai governar com apoio dos brasileiros, ou seja, vai ter uma atitude
de responsabilidade."
Segundo ele, o PT deu sinais de
que poderia assumir uma atitude
de responsabilidade. "Lula se antecipou ao declarar seu compromisso com questões que são realmente importantes para acalmar
não só o mercado, mas o Brasil."
FHC rebateu a acusação de Lula
de seu governo foi responsável
pela multiplicação da dívida interna, gerando um ônus inevitável para o sucessor. "As dívidas
deste governo são apenas a explicitação de décadas de dívidas",
disse. "Não há nenhum problema
de endividamento que não seja
manejável, administrável."
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