São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Presidente afirma que tucano José Serra será o vitorioso

FHC elogia proposta de Lula, mas não confirma encontro

LEILA SUWWAN
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O presidente Fernando Henrique Cardoso freou ontem a estratégia tucana de associar a candidatura de oposição a um risco de "argentinização" do Brasil e elogiou a iniciativa do presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, de divulgar a "Carta ao povo brasileiro", na qual se comprometeu a manter os pilares da política econômica atual durante um período de transição, se eleito.
"Só posso achar bom [o compromisso petista". Acho que a população quer segurança, e segurança depende, hoje em dia, de uma política macroeconômica séria e austera, que tome em consideração a situação fiscal, que gere o superávit necessário para fazer frente às dívidas." A política de superávit fiscal -que, segundo o petista, seria mantida- é a economia de gastos do governo para pagar os juros da dívida da União.
Sobre eventual encontro com Lula -que se diz disposto a dialogar com o governo para conter a crise financeira-, disse apenas: "Ele não falou nada comigo".
O presidente está no Rio desde domingo, participando do seminário Rio +10, última reunião internacional antes da conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável, que ocorrerá na África do Sul entre 26 de agosto e 4 de setembro.
FHC atribuiu as recentes turbulências no país a "preocupações políticas" e sugeriu que a angústia do mercado é desnecessária porque, para ele, o tucano José Serra será vitorioso. "Não acredito que seja necessário ficar gerando preocupações políticas antes da hora. Primeiro, porque acho que vamos vencer as eleições. Segundo, porque, vença quem vencer, vai governar com apoio dos brasileiros, ou seja, vai ter uma atitude de responsabilidade."
Segundo ele, o PT deu sinais de que poderia assumir uma atitude de responsabilidade. "Lula se antecipou ao declarar seu compromisso com questões que são realmente importantes para acalmar não só o mercado, mas o Brasil."
FHC rebateu a acusação de Lula de seu governo foi responsável pela multiplicação da dívida interna, gerando um ônus inevitável para o sucessor. "As dívidas deste governo são apenas a explicitação de décadas de dívidas", disse. "Não há nenhum problema de endividamento que não seja manejável, administrável."



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