São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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Serra vê "catastrofismo" de petista

Jefferson Bernardes/Preview.com
O candidato tucano à Presidência, José Serra, em Porto Alegre, onde recebeu o apoio do PPB


LÚCIA KARAM
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
EM PORTO ALEGRE

O candidato tucano à Presidência, José Serra, classificou como "catastrofistas" a comparação feita pelo seu adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva, entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o "capitão do navio Titanic" e a afirmação dele de que FHC deveria prestar atenção no iceberg que se aproxima.
"Esta é uma declaração catastrofista de Lula, contraditória com alguém que quer promover a estabilidade do país", disse Serra ontem, em Porto Alegre, após reunião com o PPB gaúcho.
O presidenciável do PT fez a comparação ao dizer que o presidente deveria parar de "brincar com a economia brasileira", em referência à recente subida do dólar e do risco-país.
Em discurso aos líderes pepebistas, quando se comprometeu a atender às reivindicações do partido caso seja eleito, Serra fez críticas veladas ao governo gaúcho, chefiado pelo petista Olívio Dutra, ao dizer que o Estado precisa voltar "para o centro da política nacional, ter o papel que sempre teve". E citou investimentos feitos no Rio Grande do Sul com dinheiro federal, como a construção do novo Aeroporto Salgado Filho e o aumento do teto do Sistema Único de Saúde (SUS) em 58%.
"Esse percentual [de aumento do teto do SUS" é mais que o dobro do que o Estado aplica na saúde", disse. "Isso dá uma medida do grau de apoio ao Estado, sem discriminação partidária, mas outros faturam com os esforços da esfera federal", afirmou.
Sobre as acusações de cobrança de propina na Prefeitura de Santo André, governada pelo PT, o candidato tucano disse somente que aguarda as investigações e que declarações de líderes petistas de que os tucanos estariam por trás das denúncias são absurdas. "Isso é hilariante", afirmou.
Serra classificou como "terrorismo" o ataque ao prédio administrativo da Prefeitura do Rio de Janeiro, na madrugada de ontem, e reafirmou que vai criar o Ministério de Segurança Pública e a Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas.

Pesquisa
O candidato tucano ao Planalto disse que sua subida de sete pontos percentuais na pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem é um estímulo para trabalhar mais. Ele atribuiu o crescimento ao maior conhecimento "do seu trabalho". "A pesquisa que vai valer é a da urna", afirmou.
Serra tem 20,9% das intenções de votos, segundo a pesquisa. "A população já está conhecendo meu trabalho fora da área da saúde, mas ainda falta muito para conhecer".
Durante caminhada na rua dos Andradas entre o Grande Hotel, onde ocorreu o encontro, e a sede do PMDB, onde foi discutir apoio, Serra, queixando-se da temperatura de 10º, ganhou um cachecol de um camelô e ouviu as reclamações da comerciária Mari Pagini, que o parou para dizer que estava cansada de promessas. "Isso vai mudar", disse ele.
O candidato do PSDB ao governo, Vicente Bogo, desistiu ontem da candidatura para se aliar ao PMDB, que tem como candidato Germano Rigotto. Com isso, a vaga de vice no PMDB deve ser ocupada por um tucano.

Pratini
O encontro com os pepebistas serviu para reafirmar o apoio do partido no Estado a Serra. O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, ofereceu a Serra o palanque do candidato a governador pelo PPB, Celso Bernardi, dizendo que o partido está mobilizado no Estado em favor da candidatura do tucano. "Apoiamos uma candidatura que vai preservar e ampliar as conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso."



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