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Serra vê "catastrofismo" de petista
Jefferson Bernardes/Preview.com
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O candidato tucano à Presidência, José Serra, em Porto Alegre, onde recebeu o apoio do PPB |
LÚCIA KARAM
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
EM PORTO ALEGRE
O candidato tucano à Presidência, José Serra, classificou como
"catastrofistas" a comparação feita pelo seu adversário petista, Luiz
Inácio Lula da Silva, entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o "capitão do navio Titanic" e
a afirmação dele de que FHC deveria prestar atenção no iceberg
que se aproxima.
"Esta é uma declaração catastrofista de Lula, contraditória
com alguém que quer promover a
estabilidade do país", disse Serra
ontem, em Porto Alegre, após
reunião com o PPB gaúcho.
O presidenciável do PT fez a
comparação ao dizer que o presidente deveria parar de "brincar
com a economia brasileira", em
referência à recente subida do dólar e do risco-país.
Em discurso aos líderes pepebistas, quando se comprometeu a
atender às reivindicações do partido caso seja eleito, Serra fez críticas veladas ao governo gaúcho,
chefiado pelo petista Olívio Dutra, ao dizer que o Estado precisa
voltar "para o centro da política
nacional, ter o papel que sempre
teve". E citou investimentos feitos
no Rio Grande do Sul com dinheiro federal, como a construção do
novo Aeroporto Salgado Filho e o
aumento do teto do Sistema Único de Saúde (SUS) em 58%.
"Esse percentual [de aumento
do teto do SUS" é mais que o dobro do que o Estado aplica na saúde", disse. "Isso dá uma medida
do grau de apoio ao Estado, sem
discriminação partidária, mas outros faturam com os esforços da
esfera federal", afirmou.
Sobre as acusações de cobrança
de propina na Prefeitura de Santo
André, governada pelo PT, o candidato tucano disse somente que
aguarda as investigações e que declarações de líderes petistas de
que os tucanos estariam por trás
das denúncias são absurdas. "Isso
é hilariante", afirmou.
Serra classificou como "terrorismo" o ataque ao prédio administrativo da Prefeitura do Rio de
Janeiro, na madrugada de ontem,
e reafirmou que vai criar o Ministério de Segurança Pública e a
Guarda Nacional para combater o
tráfico de drogas.
Pesquisa
O candidato tucano ao Planalto
disse que sua subida de sete pontos percentuais na pesquisa
CNT/Sensus divulgada ontem é
um estímulo para trabalhar mais.
Ele atribuiu o crescimento ao
maior conhecimento "do seu trabalho". "A pesquisa que vai valer
é a da urna", afirmou.
Serra tem 20,9% das intenções
de votos, segundo a pesquisa. "A
população já está conhecendo
meu trabalho fora da área da saúde, mas ainda falta muito para conhecer".
Durante caminhada na rua dos
Andradas entre o Grande Hotel,
onde ocorreu o encontro, e a sede
do PMDB, onde foi discutir apoio,
Serra, queixando-se da temperatura de 10º, ganhou um cachecol
de um camelô e ouviu as reclamações da comerciária Mari Pagini,
que o parou para dizer que estava
cansada de promessas. "Isso vai
mudar", disse ele.
O candidato do PSDB ao governo, Vicente Bogo, desistiu ontem
da candidatura para se aliar ao
PMDB, que tem como candidato
Germano Rigotto. Com isso, a vaga de vice no PMDB deve ser ocupada por um tucano.
Pratini
O encontro com os pepebistas
serviu para reafirmar o apoio do
partido no Estado a Serra. O ministro da Agricultura, Pratini de
Moraes, ofereceu a Serra o palanque do candidato a governador
pelo PPB, Celso Bernardi, dizendo que o partido está mobilizado
no Estado em favor da candidatura do tucano. "Apoiamos uma
candidatura que vai preservar e
ampliar as conquistas do governo
Fernando Henrique Cardoso."
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