São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

Texto Anterior | Índice

NO AR

Símbolos

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

FHC foi ao prédio da prefeitura do Rio, posou diante das janelas destruídas, mostrou cartuchos de balas e gastou o verbo:
- Estas balas que estão aqui são o testemunho de que passou de tudo que é limite.
Depois:
- Não dá mais!
Depois:
- É um símbolo... É para mostrar que há um outro poder no Brasil. Não há!
Mas ficou, ele também, nos símbolos -ação nenhuma.
E tome ataque do âncora do Brasil Urgente, Roberto Cabrini, que bradou que o governo FHC só aparece quando já se passou do limite.
Luiz Datena reestreou no Cidade Alerta atirando para o outro lado. Mostrou a petista Benedita da Silva dizendo, com o titubeio de sempre:
- É uma situação localizada.
E Datena:
- Localizada não é. Acontece todo dia nos morros.
Foi mais um bom dia para o "poder paralelo" nos programas popularescos. Não foi um bom dia para o presidente tucano nem para o "poder eleito" da governadora.
Ainda assim, nada que se comparasse ao uso que fez o JN, semana passada, dos titubeios de Benedita.
 
Cesar Maia, no JN:
- É ato de terror. Quando os atos de violência têm por finalidade a intimidação, deixam de ser crime organizado para tornar-se terrorismo.
E exigiu o Estado de Defesa. A senha histérica do "terror", aqui também, serve aos têm outras agendas, não contra a violência -contra direitos.
 
Seguindo no "terror", as cenas da greve dos ônibus em São Paulo, com milhares na estação Sé do metrô, prestaram novo serviço eleitoral.
Na CBN, Marta Suplicy apontava o dedo para o vice de Ciro Gomes, Paulinho:
- Gostaria de saber o que o Ciro pensa em fazer com essa pessoa, que põe a política eleitoral acima da cidade. O que ele fez é indigno.
Paulinho, talvez por coincidência, foi estrela do programa do PTB, horas depois.
 
CBN, meio da tarde:
- O risco Brasil apresenta queda agora. Começou a cair depois da divulgação de uma pesquisa indicando crescimento de José Serra.
É aquela pesquisa -antes tão questionada pelos tucanos- da Confederação Nacional dos Transportes. Vale registrar que o pefelista que presidia a CNT acabou de virar vice do tucano Aécio Neves.



Texto Anterior: Suplicy pedirá afastamento de secretário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.