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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Oposição também faz caixa 2, diz Gushiken
Para o assessor de Lula, ética mais importante para um governante "é cuidar das camadas mais pobres da população"
Convenção reuniu petistas
envolvidos no escândalo do
mensalão, como Okamotto
e deputados, mas não viu
Dirceu, Palocci e João Paulo
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao dizer que o caixa dois é
uma prática sistemática na política brasileira, Luiz Gushiken,
o chefe do Núcleo de Assuntos
Estratégicos, afirmou ontem
que, no Brasil, a ética mais importante para um governante é
cuidar das camadas mais pobres da população.
A declaração foi dada ao chegar à convenção nacional do
PT, que contou com a presença
de quatro envolvidos diretos na
crise política que atinge o governo e o partido desde o ano
passado: o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e os deputados Professor Luizinho
(PT-SP), Paulo Rocha (PT-PA)
e Ângela Guadagnin (PT-SP).
As grandes ausências foram
os ex-ministros José Dirceu
(Casa Civil) e Antonio Palocci
(Fazenda), além do ex-presidente da Câmara João Paulo
Cunha (PT-SP) e do ex-presidente do PT José Genoino. Dirceu teve o mandato de deputado cassado sob a acusação de
ser o mentor do esquema do
mensalão, já Palocci caiu devido à violação do sigilo bancário
do caseiro Francenildo dos
Santos Costa.
"A ética mais importante para um governante no Brasil é
optar pelo povo que tem mais
necessidade. Não há na história
um governante que se preocupou tanto com o povo mais pobre deste país. Acho que isso é o
mais decisivo da política. O homem sério tem que pensar no
povo mais desprotegido", disse
Gushiken, que já teve status de
ministro (Secom), mas caiu devido ao escândalo.
Para ele, a oposição quer
transformar as denúncias em
instrumento de luta política.
"O sistema de caixa dois, que é a
maneira como se financia a política brasileira, não é um sistema aplicado só ao PT, tem sido
uma prática no Brasil. Quando
a oposição lança dúvidas sobre
o sistema de financiamento é
preciso que se saiba que eles
também são praticantes desse
sistema", afirmou Gushiken.
Apesar de dizer que o governo Lula apresentou os melhores resultados no combate à pobreza dos últimos 20 anos e de
fazer comparações na área econômica com o governo passado, o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência)
afirmou que o partido não vai
estar de "sapato alto".
Usaram carros oficiais para ir
ao evento partidário o senador
Aloizio Mercadante (PT-SP),
candidato ao governo de São
Paulo, e o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC
do B-SP). Um ônibus e uma
Kombi da Presidência foram
utilizados para transportar seguranças do presidente Lula.
A loja do PT instalada no local estava vendendo por R$ 15
um kit com blusa, adesivo para
o carro e sacola com a frase
"Lula é o meu presidente" estampada. O porta-retratos com
três fotos "históricas" do presidente Lula custava R$ 10.
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