São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

Sem saída, Quércia lança candidatura ao governo

Líder do PMDB se diz "neutro" e deixa palanque aberto para Lula e Alckmin

Decisão tomada depois de fracasso de aliança com tucanos atrapalha planos de Serra de derrotar o PT no primeiro turno em São Paulo

Apu Gomes/Folha Imagem
Quércia ao lado de Michel Temer (à dir.), presidente do PMDB


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, 67, foi oficializado ontem, em convenção estadual de seu PMDB, candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Será a terceira vez que ele disputará o principal cargo do Executivo no Estado.
Preterido pelo PSDB para o posto de vice na chapa de José Serra, Quércia afirmou que uma coligação com os tucanos "só daqui a quatro anos" ou no segundo turno desta eleição, caso ele seja o adversário de Aloizio Mercadante (PT).
Ovacionado pela militância do partido na Câmara Municipal de São Paulo, Quércia se disse confiante de que irá ao segundo turno. "Aí, vamos conversar com os adversários."
As negociações com o PSDB se arrastaram até momentos antes da convenção, mas o grupo próximo a Serra não aceitou ter Quércia como vice e sugeriu os nomes da ex-secretária do Estado Alda Marcantônio e do presidente nacional do PMDB, Michel Temer.
Para os tucanos, "divergências históricas" com Quércia inviabilizavam a união dele com Serra. Criado em 1988, o PSDB surgiu de uma cisão na gestão do peemedebista em São Paulo (1987-1991).
"Após uma posição de veto como a dos tucanos, ficou impossível qualquer possibilidade de acordo", afirmou o deputado estadual Baleia Rossi, líder do partido na Assembléia.
A cédula distribuída aos convencionais deixou aberta a possibilidade de substituição do candidato, mas ao lado de Quércia, Temer disse que essa possibilidade é "remotíssima".
A candidatura do ex-governador recebeu 516 votos dos convencionais; outros 19 foram contra sua candidatura e 6 votaram em branco.
Sobre a disputa pela Presidência, o peemedebista disse que deixará seu palanque no Estado à disposição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do tucano Geraldo Alckmin. "Essa questão vai ficar em aberto, os meus eleitores é que decidirão", afirmou Quércia.
Além de Serra, Mercadante também candidato ao governo, cobiçava o apoio do peemedebista, mas a bancada de deputados do PMDB era contra a aliança com os petistas.

PDT
Também em convenção realizada ontem na capital, o PDT escolheu o vereador de São Paulo Carlos Apolinário para concorrer ao governo do Estado. Com isso, Cristovam Buarque, candidato a presidente, terá palanque próprio no Estado.
Apolinário, que promete uma campanha "propositiva", disputava a indicação com Tonico Ramos.


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