São Paulo, quinta, 25 de junho de 1998

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PAINEL

Voltaram a se falar
FHC disfarça, mas foi seu aval que selou o acordo para Itamar ser o candidato do PMDB ao governo de Minas. Haverá recomposição da relação pessoal entre o ex-presidente e o atual, mas com direito a discordância na política econômica e social. Itamar pode até escrever carta.

Vai dar confusão
Ganha força no PSDB movimento para obrigar FHC a subir apenas nos palanques tucanos no 1º turno. Em SP, Covas já garantiu isso. Mas as seções do Rio e de Minas querem o mesmo.

Crise no PSDB
Eduardo Azeredo telefonou a FHC para reclamar da interferência de Calheiros na eleição mineira. Choveram críticas de outros tucanos no Planalto.

Artilharia tucana
De Aécio Neves (PSDB), sobre as articulações de Calheiros para unir Itamar e Newtão: "Ele cometeu uma indelicadeza e uma impropriedade. A indelicadeza: foi a Minas e não procurou o governador. A impropriedade: fez isso num avião do governo".

Resposta peemedebista
Calheiros diz que foi a Minas na condição de peemedebista e não de ministro. Por isso não procurou Eduardo Azeredo. Estava num avião do governo porque ia a Maceió (AL) e aproveitou para fazer escala em BH.

Nas entrelinhas
Próximo a Covas, o deputado José Aníbal não se conforma com a falta de reação do Planalto e do PSDB contra os aliados: "Tem gente do PSDB que é ministro, mas não temos ministro que articula como o Renan".

Guerra pesada
Pesquisa fechada ontem Minas dava 34% para Itamar Franco e 30% para Eduardo Azeredo.

A conferir
Até ontem à noite, Hélio Costa (PFL) era favorito para ser o candidato ao Senado em Minas na chapa Itamar-Newtão.

Nó da questão
É FHC quem bombardeia o PSDB ou é o PSDB que se deixa ser bombardeado por FHC?

Desemprego cor-de-rosa
Os partidos aliados de FHC ou o próprio governo devem bancar em breve campanha de TV com pessoas que perderam o emprego e se deram bem em um negócio por conta própria. Exemplo: uma ex-tecelã que virou confeiteira. A idéia é vender que há milhares de casos assim.

Protesto eleitoral
A Central de Movimentos Populares planeja fazer um grande acampamento de desempregados em São Paulo nos dias 2 e 3 de julho. Tentará ser contraponto à comemoração do governo pelos quatro anos do Plano Real.

Sensibilidade de ocasião
No Congresso, dizem que a súbita queda de FHC por pacotes sociais transformou o "Custo Brasil" em "Custo Reeleição".

Missão difícil
Coordenador da campanha do PSDB nas eleições legislativas de outubro, o deputado Nárcio Rodrigues (MG) apresenta hoje à Executiva do partido um plano para a legenda tentar eleger bancadas fortes nos Estados.

Falta mais
Apesar de ainda não ter regulamentado lei do vereador Carlos Néder (PT) sobre prevenção da anemia falciforme, a Prefeitura de São Paulo afirma que Celso Pitta lançou uma campanha educativa sobre a doença.

Dança dos números
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra FHC com 36%, Lula com 28%, Ciro Gomes com 6% e Enéas com 4%. Os indecisos são 14%. Os votos brancos e nulos têm 12%. No 2º turno, dá FHC contra Lula (48% a 38%).

Governista com legenda
Henrique Alves, que não pode falar porque se recupera de cirurgia na garganta, não consegue ficar quieto. Escreveu aos amigos: "No Rio Grande do Norte, o PMDB com Paes ou sem Paes apóia FHC".

Visita à Folha
O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do superintendente em São Paulo, Flávio Del Comune.

TIROTEIO

De Paulo Bernardo (PT-PR), sobre Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) ter dito que o petista está no caixa-dois do governador Jaime Lerner (PFL):
- A baixaria do deputado revela desespero e desonra os votos que recebeu. Os tucanos estão nervosos no país inteiro, mas no Paraná estão histéricos.

CONTRAPONTO

Zoológico político
Candidato a prefeito do Rio pelo PDT, em 1988, o atual governador Marcello Alencar (PSDB-RJ) começou a subir nas pesquisas já na reta final.
Sua tática nessa fase foi intensificar a campanha nas favelas da cidade. A idéia era aproveitar a força eleitoral do ex-governador Leonel Brizola nos morros cariocas.
Há algumas semanas da eleição, Alencar foi ao morro do Macaco, na zona norte.
Na subida, o candidato ia parando nas biroscas, onde fazia o corpo-a-corpo com os eleitores e acabava tomando umas e outras com os moradores.
Ao chegar ao alto da favela, depois da maratona, Alencar começou a discursar:
- Meus amigos do morro dos Gorilas...
Um assessor lhe avisou do erro, e Alencar tentou consertar:
- Aqui eu sinto a força do brizolismo. É um engano chamar isso de morro do Macaco. Isso aqui é o morro dos Gorilas.



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