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SUCESSÃO
Fazenda exige prazo de até 80 meses para pagar ao funcionalismo
Equipe econômica impõe
parcelamento a reajuste
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
O Ministério
da Fazenda reagiu à decisão
política do governo de pagar
atrasados ao
funcionalismo
público federal
impondo um parcelamento de até
80 meses a partir de janeiro de 99,
ou mais de seis anos, para o pagamento.
A exigência da equipe econômica se deve ao temor do impacto do
gasto nas contas públicas.
O governo deve gastar R$ 8,8 bilhões para pagar aos servidores civis a diferença entre o reajuste de
28,86% concedido aos militares
em 1993 e o aumento concedido
no mesmo ano aos civis.
Se sobrar dinheiro, o pagamento
pode sair antes, conforme medida
provisória que deverá ser editada
amanhã sobre o assunto.
O anúncio do pagamento foi feito dez dias depois que o Datafolha
constatou empate técnico entre o
presidente Fernando Henrique
Cardoso e seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
em um eventual segundo turno.
Se quisesse, o governo poderia
efetuar os pagamento somente depois de decisões da Justiça que beneficiassem todos os servidores
públicos civis -são mais de 500
mil. Até o momento, o STF (Supremo Tribunal Federal) só deu
ganho de causa a dez servidores.
A decisão de conceder o aumento deve gerar um gasto adicional
para o governo de R$ 500 milhões
neste ano -a partir de julho. O
aumento será calculado caso a caso e deverá ficar entre 1% e 26%,
segundo a Folha apurou.
O funcionalismo público federal
está sem reajuste linear (para todos) desde o começo da gestão
FHC. O governo crê que os R$ 44
bilhões anuais para gasto com pessoal sejam suficientes para a despesa com os pagamentos.
Reajuste
Se dependesse da equipe econômica, o salário dos servidores não
seria reajustado neste ano, conforme estava previsto no pacote de
medidas editado em novembro
passado para enfrentar os efeitos
da crise asiática.
O impacto sobre as contas públicas, porém, será maior a partir de
1999. O governo espera apenas a
publicação da sentença pelo STF
para anunciar a medida.
O reajuste vai elevar as despesas
com pessoal em R$ 1 bilhão ao
ano. No caso dos atrasados, o pagamento em 80 meses aumentará
os gastos em mais R$ 110 milhões
ao mês ou R$ 1,32 bilhão por ano.
Ao todo, são R$ 2,32 bilhões a
mais anualmente.
O governo decidiu também que
irá à Justiça para reaver o dinheiro
pago indevidamente a quem conseguiu os 28,86%, mas teria direito
a um reajuste menor devido aos
descontos previstos pelo STF.
A ministra Cláudia Costin (Administração), que ontem tomou
posse na vaga de Luiz Carlos Bresser Pereira, não quis comentar o
reajuste. Bresser foi para o comando da campanha eleitoral do presidente.
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