da Sucursal de Brasília

A Executiva do PTB adiou para a próxima segunda-feira a decisão sobre a escolha do candidato que o partido irá apoiar na campanha pela Presidência da República, dificultando a negociação para o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O adiamento representou uma vitória do presidente do PTB, senador José Eduardo de Andrade Vieira (PR).
O líder do PTB na Câmara, Paulo Heslander (MG), que pretendia acertar ontem o apoio a FHC, teve de recuar porque havia risco de a Executiva aprovar o apoio ao candidato do PPS, Ciro Gomes, se uma votação fosse realizada.
A convenção do partido que vai decidir sobre o apoio poderá surpreender o governo, que não tem controle sobre os convencionais.
Os petebistas que defendem a coligação com Ciro foram classificados como "não atendidos" pelo governo. Esse grupo, encabeçado por Andrade Vieira, está insatisfeito com o tratamento que vem recebendo no governo FHC.
O outro grupo, o de '"atendidos", é formado pelos que tiveram seus pleitos solucionados pelo governo. O grupo defende a continuidade do apoio a FHC.
Ontem, o partido ganhou tempo para negociar uma situação mais privilegiada com os candidatos.
A reunião foi tensa. A Folha apurou que Heslander chegou a classificar de "hipocrisia" a defesa que alguns petebistas faziam da coligação com Ciro. Eles argumentavam que a coligação seria a favor do crescimento do partido.
Para justificar o adiamento, a Executiva montou uma encenação que consiste na apresentação de um documento com propostas de governo para ser entregue aos dois candidatos.
No documento, o partido defende o combate ao desemprego, juros mais baixos e controle do déficit público, propostas defendidas por todos os candidatos, independentemente de partido.
"Não sabemos qual a proposta da equipe econômica sobre essas questões", disse Andrade Vieira.
O PPS ofereceu o cargo de vice em sua chapa para o PTB -uma eventual coligação daria mais tempo na TV para Ciro.



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