da Sucursal de Brasília

O MST prepara uma nova onda de protestos no país para pressionar o governo a postergar por mais três anos o início do pagamento dos empréstimos subsidiados do Procera (Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária).
Outra reivindicação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é a concessão de anistia das dívidas do Procera para os assentados em áreas atingidas pela seca no Nordeste.
Em março, o MST liderou invasões a prédios do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em nove Estados para pressionar o governo a aumentar os recursos do Procera, considerado o crédito oficial mais barato.
Os assentados têm desconto de 50% sobre o valor emprestado, juros de 6% ao ano e dez anos para pagar, com três anos de carência.
As novas propostas do MST foram apresentadas ao governo no último dia 26, sob a alegação de que a maioria dos assentados não tem condições financeiras de saldar as dívidas.
As reivindicações constam de documento elaborado pela Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil), que é coordenada pelo MST.
"A consciência política exige a promoção de protestos por causa da situação de crise dos assentados, agravada principalmente pela liberação da importação de alimentos", disse o presidente da Concrab, Francisco Dal Chiavon.
O MST diz que o teto de crédito por família deve passar dos atuais R$ 9.000 para R$ 17.600. Pelos cálculos da Concrab, esse era o valor do crédito para cada família assentada em 1985, quando foi criado o Procera. Antes das invasões de março, o teto era de R$ 7.500.
O presidente do Incra, Milton Seligman, disse que as invasões não serão toleradas. Após o dia 9 de julho, ele espera estudar a anistia para assentados do Nordeste que tenham perdido suas lavouras em razão da seca.
Com relação à proposta de prorrogação de mais três anos para o início do pagamento, Seligman afirmou que o governo não irá transformar o Procera em um programa de doação de recursos.



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