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PREVIDÊNCIA
Segundo o ministro Waldeck Ornélas, dinheiro deve garantir aposentadorias e pensões de julho a setembro
Tesouro repassa R$ 2,5 bi para pagamentos
da Sucursal de Brasília
O Tesouro Nacional vai repassar
R$ 2,5 bilhões em títulos à Previdência Social para garantir o pagamento das aposentadorias e pensões de julho a setembro. A informação é do ministro Waldeck Ornélas (PFL-BA). O repasse será autorizado na próxima semana por
meio de medida provisória.
A transferência de recursos para
a Previdência por meio de títulos
públicos vai ser feita novamente
em outubro para garantir o pagamento dos benefícios até o final do
ano, inclusive o 13º dos aposentados, mas o valor ainda não está definido. "Será o necessário para cobrir o rombo", disse o ministro.
Nos quatro primeiros meses deste ano, o déficit da Previdência Social ficou em R$ 1,5 bilhão. Esse
cálculo inclui apenas a arrecadação líquida menos os gastos com o
pagamento dos benefícios. Até dezembro, esse déficit deve subir para R$ 6,8 bilhões, conforme as
previsões do ministério.
Se forem incluídas nessa conta as
despesas com pessoal e com o pagamento do auxílio ao idoso e ao
deficiente, o déficit sobe para R$
10,8 bilhões. "Na medida em que
a Previdência tem déficit, o gasto é
coberto pelo Tesouro com a emissão de títulos e aumenta o endividamento", afirmou.
Ornélas disse que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
vem conseguindo pagar os benefícios em dia porque ainda tem parte dos R$ 6 bilhões em títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no final de 97. Parte desses
títulos já foram pagos em dezembro de 97 e janeiro deste ano.
"Os dados indicam que tem havido um agravamento da situação
da Previdência. O déficit foi de R$
3 bilhões no ano passado e neste
ano será maior", disse. Por isso,
segundo ele, a aprovação da reforma previdenciária é fundamental
para reduzir os déficits da Previdência nos próximos anos.
Na avaliação do ministro, a votação em segundo turno da reforma
na Câmara dos Deputados deve
ser concluída na próxima semana.
Se isso acontecer, a emenda constitucional deverá ser promulgada
em agosto durante o esforço concentrado dos parlamentares. Antes, porém, será preciso votar e
aprovar o texto final.
"O governo vai mobilizar a sua
base e pôr a matéria em votação.
Nossa meta é concluir a votação
da reforma." A reforma tem o objetivo de sinalizar uma perspectiva
melhor para a Previdência em particular e para as contas públicas
em geral, disse Ornélas.
Para ele, é preciso olhar também
para a dimensão social da Previdência. No Nordeste, por exemplo, o pagamento de benefícios
previdenciários injeta R$ 9 bilhões
na economia por ano. Superior
aos R$ 8 bilhões repassados pelos
fundos de participação aos Estados e municípios da região.
Na dimensão social da Previdência, ele inclui ainda o pagamento
de 6 milhões de benefícios rurais e
o pagamento do auxílio ao deficiente físico e ao idoso com mais
de 67 anos. Com esses dois últimos
benefícios devem ser gastos R$ 1,1
bilhão neste ano.
O pagamento dos benefícios começou em fevereiro de 96 para deficientes físicos e para idosos com
mais de 70 anos. No final de 97, a
concessão atingiu 674.107 pessoas
e o seu potencial de crescimento
passou a preocupar técnicos dos
ministérios da Fazenda e do Planejamento. Por isso, a equipe econômica tentou evitar que a idade mínima para concessão ao idoso fosse reduzida de 70 anos para 67
anos neste ano.
(VIVALDO DE SOUSA)
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