São Paulo, quarta-feira, 25 de julho de 2001

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Brindeiro reflete posição de FHC

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Se fosse se manter coerente em relação ao que afirmara há 70 dias, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, não poderia mais reabrir a investigação sobre os desvios de recursos do Banpará. Ele dissera que os crimes supostamente praticados estariam prescritos.
Anteontem Brindeiro anunciou que requisitará ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito criminal e a quebra do sigilo bancário do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para identificar as pessoas beneficiadas pelos desvios e preparar ação penal.
Ele alegou que surgiram fatos novos, sem especificá-los. Brindeiro começou a mudar de opinião há dez dias, quando admitiu pela primeira vez a reabertura da investigação. A mudança coincide com a perda por parte de Jader do apoio do Palácio do Planalto.
O raciocínio construído antes por Brindeiro fora que o caso envolvia a suspeita de ocorrência de crimes contra o sistema financeiro (colarinho branco). Como esses crimes têm pena máxima de seis anos, a prescrição teria ocorrido 12 anos depois.
O discurso de Brindeiro agora é diferente. Além de considerar que há fatos novos, embora ainda não os tenha revelado, ele afirma que não cabe a ele apreciar a questão da prescrição. "Esse é um problema para o tribunal (STF) examinar", disse anteontem. Tecnicamente, um inquérito foi pode ser desarquivado se houver fatos novos contra as pessoas antes investigadas para evitar que elas sejam submetidas desnecessariamente a constrangimento.



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