São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2005

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Publicitário diz que não aceitará calote do partido

DA AGÊNCIA FOLHA

Marcos Valério Fernandes de Souza divulgou ontem nota na qual nega que tenha chantageado o PT e acusou o partido de ter armado essa versão "para dar-lhe o calote nos empréstimos feitos legalmente no sistema bancário".
Segundo a revista "Veja", o publicitário teria telefonado ao ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), pedindo garantias para não ser preso e R$ 200 milhões em troca de seu silêncio. Esse dinheiro viria, segundo a revista, do fim da liquidação do Banco Econômico.
Em entrevista exclusiva publicada ontem na Folha, Valério negou a acusação de chantagem. Disse que interpretou a reportagem como uma declaração de guerra do PT e que, a partir de agora, se sentia "sem compromisso com ninguém do partido": "Não vão jogar essa bomba no meu colo", afirmou, ameaçando desembarcar em Brasília com "quilos de documentos": "Quem tiver motivos para preocupação pode ir se preocupando", disse.
Na nota divulgada ontem, Valério diz que "não aceitará o calote do PT e cobrará a dívida judicialmente". Ele informa que entregará à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal nesta semana "farta documentação comprovando a regularidade da movimentação financeira de suas empresas". As empresas de Valério fizeram cinco empréstimos bancários, em 2003 e 2004, cujos valores atualizados ultrapassam os R$ 93 milhões. Esses valores teriam sido repassados ao PT mediante empréstimos.
Na nota, Valério diz que inexistem "fontes secretas que injetam recursos em suas empresas": "As receitas e o patrimônio delas são resultados de mais de 20 anos de atuação comprovada no mercado publicitário nacional". Ele afirma que "não entende por que alguns políticos afirmam que receberam doações da Usiminas, uma vez que, na verdade, as doações foram da SMPB". À tarde, ele reafirmou o teor da nota à rádio CBN.


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