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Conselho Fiscal abre investigação de contratos assinados pela Previ
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Fiscal da Previ, o
fundo de pensão dos funcionários
do Banco do Brasil, vai passar um
pente-fino nos contratos firmados pela entidade. A investigação
foi detonada pela entrevista publicada na edição de ontem da Folha com Henrique Pizzolato, ex-presidente do Conselho Deliberativo da Previ e ex-diretor de marketing do Banco do Brasil.
Dentre os contratos vasculhados, dois serão tratados com especial cuidado. O primeiro foi assinado com o Citigroup. Prevê que,
até o final de 2007, o fundo de
pensão comprará a parte do banco na Brasil Telecom e na Telemar
por R$ 1,3 bilhão. O valor, segundo analistas, é 300% acima do que
valem as ações no mercado.
O outro documento que deverá
ser explicado ao Conselho Fiscal
refere-se à prestação de serviços à
Previ pela advogada Mônica
Góes, que atua em juizados de pequenas causas. O acordo seria superior a R$ 2 milhões. No dia 19,
Mônica teve a quebra de sigilo
bancário e telefônico requerida na
CPI dos Correios.
Na entrevista à Folha, Pizzolato
afirmou que a atual diretoria da
Previ desrespeita o Conselho e firma contratos sem levar ao conhecimento de todos.
O motivo, segundo ele, seria
atender a interesses políticos do
governo federal. Para Pizzolato, o
chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, Luiz Gushiken, interfere nas decisões relativas aos fundos de pensão.
A Previ deverá se manifestar sobre as declarações de Pizzolato
apenas hoje. O mesmo acontece
com o Citigroup. Procurado pela
reportagem, Gushiken manteve o
que tem dito sistematicamente -
o ex-ministro nega qualquer gestão nas entidades de previdência.
A advogada Mônica Góes não foi
encontrada pela reportagem da
Folha.
A nova reunião do Conselho
Fiscal deve ocorrer na primeira
semana de agosto. Pizzolato deverá ser chamado a depor. Na última semana, os conselheiros se encontraram para discutir uma série
de possíveis irregularidades envolvendo a gestão do fundo e a
conduta de seus dirigentes.
Pizzolato tem ocupado as páginas de jornais por ter ordenado a
um contínuo da Previ um saque
no Banco Rural de R$ 327 mil. O
dinheiro veio da DNA Propaganda. Dias depois, Pizzolato comprou um apartamento, fazendo
parte da quitação em dinheiro.
Além disso, o ex-diretor do BB é
acusado de usar o cartão corporativo da Previ para assinar sites
pornográficos e de, no ano passado, usar dinheiro do BB para realizar um show cujo objetivo era
angariar fundos para o PT.
Ambos os assuntos estão sob a
análise do Conselho Fiscal.
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