São Paulo, domingo, 25 de agosto de 2002

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OUTRO LADO

Secretário confirma ato e nega pressão

DA REPORTAGEM LOCAL

Os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin afirmaram, por intermédio de suas assessorias de imprensa, que desconhecem o trabalho de distribuição de material realizado por funcionários do projeto Parceiros do Futuro, financiado pelo governo estadual de São Paulo.
Segundo as assessorias, se a panfletagem ocorreu, nenhum coordenador de campanha teve conhecimento do ato.
O secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, disse que foi informado do ato depois do pedido de entrevista feito pela reportagem.
"Realmente houve esse ato, mas eu não fui informado. Mesmo assim, os monitores que participaram não são funcionários da secretaria, não são funcionários públicos estaduais. São terceirizados e administrados pela FFM [Fundação Faculdade de Medicina]."
Segundo Chalita, os monitores têm o compromisso de assinar a lista de presença todas às segundas e sextas (dias em que as panfletagens são feitas).
"Sábado e domingo eles ficam nas escolas. Na segunda, os monitores fazem uma revisão do que foi o final ne semana, quais os programas foram os mais interessantes, por exemplo. Na sexta, eles se preparam para o final de semana."
De acordo com o secretário da Educação, se os funcionários utilizaram ou utilizam esses dias para distribuir material político, "é por livre e espontânea vontade".
"Eles não estão em horário de trabalho, não entram na secretaria e não utilizam material público. Isso é importante estar na reportagem", disse Chalita.
Ao ouvir da reportagem que os monitores reclamaram da suposta pressão exercida pela chefia e disseram se sentir "constrangidos" com o ato, o secretário telefonou à coordenadora do programa, Maria Amélia Fernandes.
"Maria Amélia me informou que os trabalhos foram voluntários e que ninguém foi ameaçado de perder o emprego."
Chalita afirmou que o governador Geraldo Alckmin, preocupado com o possível uso de material público na campanha, convocou duas reuniões com os secretários estaduais.
"O governador foi enfático. Exigiu que ninguém utilizasse absolutamente nada na campanha eleitoral. Nem motorista oficial, nem carro oficial, nada. Ele afirmou que nenhum servidor, durante expediente, poderia fazer campanha", afirmou o secretário da Educação.
A Fundação para Desenvolvimento da Educação, segundo o secretário, contrata a Fundação Faculdade de Medicina para que esta administre o projeto. "A FFM é uma fundação séria e idônea. Ela é a responsável pela contratação do pessoal para trabalhar no projeto Parceiros do Futuro."
"Quem paga é o FDE [órgão ligado à Secretaria Estadual da Educação], mas não são funcionário da fundação. São terceirizados", afirmou Chalita.



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