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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"
Em audiência a portas fechadas, dirigentes
pedem a deputados proteção de informações
Fundos pedem que CPI evite divulgação de dado bancário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os dirigentes dos três grandes
fundos de pensão (Previ, Petros e
Funcef) afirmaram ontem, depois
de uma audiência a portas fechadas na CPI do Mensalão, que a
quebra do sigilo bancário não será um problema desde que as informações sejam protegidas pelos
integrantes das comissões parlamentares de inquérito.
"Se for essa a medida que as
CPIs entendam ser a mais adequada, vamos colaborar da melhor forma possível. Mas alertamos para que [a quebra de sigilo]
seja feita de maneira técnica, profissional e que essas informações
sejam protegidas, porque são informações comerciais relevantes
para os negócios das entidades",
afirmou o presidente da Previ,
Sergio Rosa.
Além da investigação na CPI do
Mensalão, a CPI dos Correios
aprovou ontem a quebra de sigilo
das movimentações financeiras e
das aplicações de três dos maiores
fundos de pensão do país -Funcef, Petros e Geap- nos bancos
Rural e BMG.
Os representantes dos fundos
de pensão negaram também
manter alguma relação com as
empresas do publicitário Marcos
Valério de Souza ou com o desvio
de dinheiro para campanha do PT
e de partidos da base aliada.
"Os fundos de pensão não participaram de nenhum esquema de
corrupção", afirmou Wagner Pinheiro, da Petros.
"Gestor de fundo de pensão é
mais fiscalizado e punido do que
banqueiro", afirmou o presidente
da Funcef, Guilherme de Lacerda.
O deputado do PFL Rodrigo
Maia (RJ) disse que há suspeitas
de que os fundos de pensão realizavam operações com títulos públicos nas quais amargavam perdas, de forma intencional, com
determinadas corretoras de valores. O prejuízo dos fundos era o
ganho dessas corretoras.
De acordo com o deputado
Eduardo Paes (PSDB-RJ), esse dinheiro arrecadado poderia ser
desviado para alimentar o esquema do "mensalão".
Outro lado
A Previ informou que não negocia títulos por meio de corretoras,
somente por intermédio da BB
DTVM (do Banco do Brasil) ou
pela Cetipnet, um sistema eletrônico de compra e venda de papéis.
Informou também que não tem
mais investimentos (CDBs) nem
no Banco Rural (desde dezembro
de 2004) nem no BMG (desde fevereiro deste ano).
A Funcef informou também
que não tem dinheiro aplicado
em nenhum dos dois bancos desde o ano passado.
Já a Petros disse não ter investimentos diretos no Banco Rural,
somente por intermédio de administradores terceirizados, que gerem parte dos recursos do fundo
de pensão. No BMG, informou
que tem R$ 10 milhões em Certificados de Crédito Bancário.
Por meio de nota, a diretora-executiva da Geap (Fundação de
Seguridade Social), Regina Ribeiro Parizi Carvalho, informou que
a "entidade não tem aplicações financeiras no Banco Rural nem no
Banco BMG desde 1999, fatos esses que poderão ser facilmente
comprovados com as prestações
de contas e balancetes apresentados à Secretaria de Previdência
Complementar".
Amanhã, a CPI do Mensalão deve aprovar requerimento para
que os dirigentes dos três fundos
de pensão sejam ouvidos novamente, na quarta-feira da semana
que vem, em uma audiência aberta para a imprensa.
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