São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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CPI DOS CORREIOS

Marcus Vinícius Vasconcelos confirma em depoimento que deputado recebeu R$ 4 mi do PT

Genro de deputado diz que sabia de "mensalão"

CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em depoimento de cerca de cinco horas à CPI dos Correios, o genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcus Vinícius de Vasconcelos, disse que ouviu falar "várias vezes" do "mensalão". Ele também confirmou que seu sogro pegou R$ 4 milhões do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para, supostamente, pagar despesas de campanha, mas afirmou não saber para quem foi essa verba.
"Na minha opinião, ele não distribuiu esse dinheiro", disse. "Eu não vou me preocupar com um dinheiro que não é meu."
As explicações de Vasconcelos coincidem com a segunda versão apresentada por Jefferson à CPI. Na primeira vez, Jefferson disse que havia distribuído o dinheiro, mas recusara-se a dar nomes. Depois, afirmou que guardou os recursos.
Sobre o "mensalão", Vasconcelos afirmou que havia uma insatisfação dos deputados do PTB porque as reivindicações de cargos e de liberação de emendas do Orçamento não eram atendidas pelo governo. Em uma reunião no início de 2004, ao ouvir as reclamações da bancada, Jefferson e o ministro Walfrido Mares Guia (Turismo) teriam dito que o partido não aceitaria o "mensalão".
"Essa história do mensalão eu ouvi falar várias vezes antes de ver nos jornais", disse ele, que foi convocado para depor porque é investigado por suposto tráfico de influência em estatais controladas pelo PTB.
O depoimento dele causou provocações entre parlamentares. "O motivo de sua convocação é uma manobra do governo para desgastar o deputado Roberto Jefferson e tirar toda a legitimidade das denúncias feitas por ele", afirmou Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). O deputado Maurício Rands (PT-PE) contra-atacou: "O senhor foi convocado porque foi citado por Maurício Marinho como a pessoa que intermediava interesses de seu partido em estatais".


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