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CPI DOS CORREIOS
Marcus Vinícius Vasconcelos confirma em depoimento que deputado recebeu R$ 4 mi do PT
Genro de deputado diz que sabia de "mensalão"
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento de cerca de
cinco horas à CPI dos Correios, o
genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcus Vinícius de Vasconcelos, disse que
ouviu falar "várias vezes" do
"mensalão". Ele também confirmou que seu sogro pegou R$ 4
milhões do ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares para, supostamente, pagar despesas de campanha, mas afirmou não saber
para quem foi essa verba.
"Na minha opinião, ele não
distribuiu esse dinheiro", disse.
"Eu não vou me preocupar com
um dinheiro que não é meu."
As explicações de Vasconcelos
coincidem com a segunda versão apresentada por Jefferson à
CPI. Na primeira vez, Jefferson
disse que havia distribuído o dinheiro, mas recusara-se a dar
nomes. Depois, afirmou que
guardou os recursos.
Sobre o "mensalão", Vasconcelos afirmou que havia uma insatisfação dos deputados do
PTB porque as reivindicações de
cargos e de liberação de emendas do Orçamento não eram
atendidas pelo governo. Em
uma reunião no início de 2004,
ao ouvir as reclamações da bancada, Jefferson e o ministro Walfrido Mares Guia (Turismo) teriam dito que o partido não aceitaria o "mensalão".
"Essa história do mensalão eu
ouvi falar várias vezes antes de
ver nos jornais", disse ele, que foi
convocado para depor porque é
investigado por suposto tráfico
de influência em estatais controladas pelo PTB.
O depoimento dele causou
provocações entre parlamentares. "O motivo de sua convocação é uma manobra do governo
para desgastar o deputado Roberto Jefferson e tirar toda a legitimidade das denúncias feitas
por ele", afirmou Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). O
deputado Maurício Rands (PT-PE) contra-atacou: "O senhor foi
convocado porque foi citado por
Maurício Marinho como a pessoa que intermediava interesses
de seu partido em estatais".
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