São Paulo, Quarta-feira, 25 de Agosto de 1999
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Brito e Mendonça trocam acusações

da Agência Folha

do enviado especial

O jurado Sílvio Queiroz Mendonça, que emitiu sua opinião na primeira sessão do julgamento dos policiais militares envolvidos no massacre de Eldorado do Carajás (sul do Pará), disse que "há interesse político" do jurado Fernando Brito em acusá-lo de suborno.
"Ele usa estrelinha do PT e, durante o julgamento, esteve várias vezes ao lado da vice-prefeita Ana Júlia Carepa (PT)", disse Mendonça. Brito foi procurado pela Folha, mas não foi encontrado.
Foi Ana Júlia quem levantou a suspeita de que Mendonça teria recebido dinheiro para absolver os oficiais da PM.
Brito, que fazia parte da lista de jurados mas não foi sorteado, disse que Mendonça teria perguntado em "tom de brincadeira": "R$ 3.000 "morre" (é o bastante) para salvar o coronel?".
Mendonça desafiou Brito. "Eu nunca falei com este senhor. Quero ver ele falar isso cara a cara".
Disse ainda que Brito seria assessor da vice-prefeita. Ana Júlia nega a informação. "Ele é funcionário concursado e trabalha há 16 anos na prefeitura, mas nunca trabalhou diretamente comigo."
Mendonça disse que vem sendo ameaçado desde sábado. "Recebi telefonemas de pessoas falando que ia me arrepender do que fiz, que sabiam meu endereço, que eu tivesse muito cuidado."

Processo administrativo
O Conselho Regional de Contabilidade divulgou que o jurado Sílvio Queiroz Mendonça não tem diploma de curso superior em contabilidade, conforme consta do currículo divulgado pelo TJ do Pará. No ano passado, Mendonça respondeu processo administrativo por "exercício ilegal da profissão".
Mendonça negou a afirmação. Ele disse que não exerce a profissão, apesar de ter curso superior em contabilidade, e que nunca foi notificado de que corria contra ele o processo. (LI e LF)


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