São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2000

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ELEIÇÃO EM NÚMEROS

História recente explica número dos partidos

MAURICIO PULS
DA REDAÇÃO

A urna eletrônica trouxe um problema crucial aos candidatos: fazer com que os eleitores memorizem o número do partido. Mas como as atuais legendas receberam esses números?
Tudo começou com a reforma partidária de 1979, que extinguiu a Arena e o MDB -uma manobra do presidente João Baptista Figueiredo para dividir a oposição. Surgiram seis partidos (PDS, PMDB, PP, PT, PTB e PDT), reduzidos a cinco após a incorporação do PP ao PMDB, em 1981.
Em 1982, a lei 7.015 determinou que o Tribunal Superior Eleitoral sortearia os números das legendas. No sorteio, o PDS ficou com o 1, o PDT com o 2, o PT com o 3, o PTB com o 4 e o PMDB com o 5.
Como naquele ano seriam eleitos governadores, senadores, prefeitos, deputados federais, estaduais e vereadores, o TSE definiu a seguinte numeração para os candidatos: os políticos que disputariam os governos estaduais usariam os números sorteados. Em São Paulo, por exemplo, um dos slogans de Lula era "Vote no 3, que o resto é o burguês".
A numeração para os demais cargos ficou assim: os candidatos a prefeito e senador usariam as dezenas (a partir de 10, 20, 30, 40 e 50); os deputados federais, as centenas; e os deputados estaduais e vereadores, os milhares.
Mas, com o fim do regime militar, em 1985, outros partidos pediram registro. Só em julho, o TSE concedeu habilitação a 26 novas agremiações para as eleições municipais. A proliferação de partidos implodiu o sistema adotado em 1982. O TSE adotou então a numeração por dezenas, adicionando 10 ao número anterior (PDS, 11; PDT, 12; PT, 13; PTB, 14; e PMDB, 15), enquanto os novos partidos recebiam suas dezenas por meio de um novo sorteio.
Algumas legendas ganharam números fáceis de memorizar e sobrevivem até hoje: PSC (20), PL (22), PMN (33), PSB (40). A maioria, porém, desapareceu, como o Partido do Povo Brasileiro (16) ou o Partido Humanista (19).
Certos partidos mudaram de número. O PC do B, sorteado com o 24, conseguiu trocá-lo para o 65 nas eleições de 1990. Outros trocaram de nome, mas mantiveram o número: em 1992, a maioria dos integrantes do PCB decidiu mudar o nome do partido para Partido Popular Socialista (PPS), mas ficou com o 23.
À medida que as legendas desapareciam, seus números eram sorteados para outros. O PSTU, por exemplo, herdou o 16 do extinto Partido do Povo Brasileiro.


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