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ELEIÇÃO EM NÚMEROS
História recente explica número dos partidos
MAURICIO PULS
DA REDAÇÃO
A urna eletrônica trouxe um
problema crucial aos candidatos: fazer com que os eleitores
memorizem o número do partido.
Mas como as atuais legendas receberam esses números?
Tudo começou com a reforma
partidária de 1979, que extinguiu
a Arena e o MDB -uma manobra do presidente João Baptista
Figueiredo para dividir a oposição. Surgiram seis partidos (PDS,
PMDB, PP, PT, PTB e PDT), reduzidos a cinco após a incorporação do PP ao PMDB, em 1981.
Em 1982, a lei 7.015 determinou
que o Tribunal Superior Eleitoral
sortearia os números das legendas. No sorteio, o PDS ficou com o
1, o PDT com o 2, o PT com o 3, o
PTB com o 4 e o PMDB com o 5.
Como naquele ano seriam eleitos governadores, senadores, prefeitos, deputados federais, estaduais e vereadores, o TSE definiu
a seguinte numeração para os
candidatos: os políticos que disputariam os governos estaduais
usariam os números sorteados.
Em São Paulo, por exemplo, um
dos slogans de Lula era "Vote no
3, que o resto é o burguês".
A numeração para os demais
cargos ficou assim: os candidatos
a prefeito e senador usariam as
dezenas (a partir de 10, 20, 30, 40
e 50); os deputados federais, as
centenas; e os deputados estaduais e vereadores, os milhares.
Mas, com o fim do regime militar, em 1985, outros partidos pediram registro. Só em julho, o TSE
concedeu habilitação a 26 novas
agremiações para as eleições municipais. A proliferação de partidos implodiu o sistema adotado
em 1982. O TSE adotou então a
numeração por dezenas, adicionando 10 ao número anterior
(PDS, 11; PDT, 12; PT, 13; PTB, 14;
e PMDB, 15), enquanto os novos
partidos recebiam suas dezenas
por meio de um novo sorteio.
Algumas legendas ganharam
números fáceis de memorizar e
sobrevivem até hoje: PSC (20), PL
(22), PMN (33), PSB (40). A maioria, porém, desapareceu, como o
Partido do Povo Brasileiro (16) ou
o Partido Humanista (19).
Certos partidos mudaram de
número. O PC do B, sorteado com
o 24, conseguiu trocá-lo para o 65
nas eleições de 1990. Outros trocaram de nome, mas mantiveram o
número: em 1992, a maioria dos
integrantes do PCB decidiu mudar o nome do partido para Partido Popular Socialista (PPS),
mas ficou com o 23.
À medida que as legendas desapareciam, seus números eram
sorteados para outros. O PSTU,
por exemplo, herdou o 16 do extinto Partido do Povo Brasileiro.
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