São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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Frente já discute rumo para o 2º turno

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de publicamente declararem ainda acreditar na possibilidade de Ciro Gomes (PPS) chegar ao segundo turno da eleição presidencial, integrantes da Frente Trabalhista já discutem seu futuro diante da hipótese de uma disputa entre José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reunião anteontem da bancada do PTB revelou que a quase totalidade dos deputados federais da legenda deve aderir ao tucano. "Temos de fazer política com a cabeça e não com o fígado", declarou um dos petebistas presentes ao encontro.
Segundo relato feito à Folha, apenas 2 dos 30 deputados petebistas ouvidos se posicionaram a favor de Lula.
Desde que o PSDB iniciou seu bombardeio a Ciro, os petebistas têm se referido a Serra como inimigo. Isso porque a sigla se transformou em alvo preferencial do dos tucanos durante a tentativa desencadeada pelo PSDB de desmoralização do ex-governador.
Outro que tem discutido suas opções é o vice de Ciro, o sindicalista Paulo Pereira da Silva (PTB). Em conversas com assessores, Paulinho tem demonstrado resistência em relação a Lula.
Interessado em concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2004, avalia que uma eventual vitória do petista fortaleceria a prefeita Marta Suplicy, sua adversária potencial na disputa municipal.
Um possível sucesso de Lula ajudaria também a CUT (Central Única dos Trabalhadores), central sindical tradicionalmente rival da Força Sindical de Paulinho.
O sindicalista está hoje temporariamente afastado da presidência da entidade, mas deverá retornar ao cargo caso não seja eleito.
Até mesmo o PPS já faz seu balanço da eleição. Dirigentes do partido não só falam na necessidade do apoio público a Lula no segundo turno como também comemoram o fato de saírem fortalecidos da disputa deste ano.
Cálculos feitos pela legenda indicam que serão eleitos entre 12 e 15 deputados federais. Em 1998, apenas três pepessistas conseguiram chegar à Câmara. Líderes da sigla esperam ainda eleger dois governadores no primeiro turno e, no mínimo, dois senadores.



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