São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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No "JN", Serra se apresenta como antídoto para dólar alto

EM SÃO PAULO

Retomando uma linha abandonada desde o início da campanha no rádio e na TV, em agosto, o candidato do PSDB, José Serra, disse em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que o dólar vai baixar, se ele for eleito, entre outras coisas porque devolverá a confiança aos investidores.
Logo após o lançamento da candidatura tucana, em junho, a campanha de Serra tentou atribuir a alta da cotação do dólar à incerteza provocada pela perspectiva da eleição do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, o candidato tomou a iniciativa de introduzir o assunto durante a entrevista.
"Há candidatos adversários que falam muito dos problemas e fazem críticas. Só isso não vai resolver os problemas", disse Serra. Segundo o tucano, não basta criticar, "mas mostrar como essas questões podem ser enfrentadas".
O tucano chamou a atenção para a questão do dólar, que ontem atingiu a cotação mais alta desde o Plano Real, fechando em R$ 3,57.
"Afeta [o dólar alto] a vida das pessoas, o preço do pão, do macarrão, do biscoito, da gasolina", disse Serra.
Se for eleito, o tucano prometeu que o dólar vai baixar "porque eu vou devolver ou dar confiança para o investidor, o que é fundamental, e trazer mais dólares para o país".
Isso, segundo Serra, permitirá a diminuição de preços e impedirá "que as pessoas sejam prejudicadas no seu consumo".
No "JN", Serra também disse que é o candidato "mais seguro para administrar o Brasil e fazer as mudanças adicionais" de que o país precisa. Afirmou ainda que os 8 milhões de empregos, cuja criação é a principal promessa de sua campanha, serão com a carteira assinada: "Dentro do possível, nós vamos batalhar para isso", disse, acrescentando, em tom de comício: "O que nós queremos é carteira azul para todo mundo". Serra foi o segundo entrevistado da série com os presidenciáveis programada pelo "JN".

Audiência
Durante a entrevista de Serra, o "Jornal Nacional" teve média de 32 pontos de audiência, segundo dados preliminares do Ibope, com picos de 34.
Cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande São Paulo. A entrevista de Ciro Gomes, anteontem, rendeu 37 pontos à emissora.
Questionado sobre o fato de o presidente Fernando Henrique Cardoso até agora ter aparecido apenas 40 segundos em seu programa de TV no horário gratuito, afirmou que FHC "não é cabo-eleitoral".
Segundo Serra, FHC "é presidente do Brasil. Ele tem que tocar o governo. Ele tem que se comportar na eleição como um magistrado. Não é conveniente que o presidente da República se envolva no dia a dia da eleição. Que ele me apóia, todo mundo sabe".
O candidato justificou a atual falta de crescimento econômico com as crises internacionais, entre elas a da Argentina, e os ataques terroristas nos EUA, ocorridos em 11 de setembro de 2001.
Serra disse que em seu governo será diferente porque "muita coisa no Brasil está arrumada". Para o tucano, o fato de a economia ter crescido pouco nos últimos 20 anos é um "indicador de que a gente pode subir o crescimento, porque estamos partindo de um nível muito baixo". E prometeu pisar mais no "acelerador do crescimento". (RAYMUNDO COSTA)



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