UOL

São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍTICA EXTERNA

Presidente sugere unir emergentes para negociar com os ricos

Lula alfineta Bush durante encontro com sindicalistas

DE NOVA YORK

Com um discurso que mesclou passagens sobre a sua trajetória política e pessoal e um balanço de nove meses à frente do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com líderes sindicais norte-americanos.
No encontro, de cerca de duas horas, Lula procurou também explicitar pontos de sua política externa, que tem enfatizado alianças com países em desenvolvimento.
"Não é possível para um país pobre e sozinho negociar com potências como EUA, União Européia e Japão", disse. "Vamos adotar a experiência do sindicalismo e tentar juntar todos os países emergentes para criar uma força política capaz de fazer com que os países desenvolvidos negociem conosco em pé de igualdade."
Ele ressaltou, porém, que a união do Brasil com esses países não significa uma atitude de antagonismo contra os EUA. "Somos parceiros, mas só seremos tratados com igualdade quando tivermos força política", disse.
Mas o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi alvo de uma alfinetada de Lula. "Quantas vezes o presidente dos EUA já esteve com vocês?", perguntou Lula para a platéia de cerca de 60 pessoas. A pergunta provocou risos, e Lula continuou: "Eu já me encontrei duas vezes com vocês", provocou Lula.
Para Lula, a parceria entre os movimentos sindicalistas dos EUA e do Brasil deve superar a retórica. Ontem, ele lembrou que os fundos de pensão norte-americanos, muitos administrados por sindicatos, movimentam "trilhões de dólares" por ano. Parte desse dinheiro, na avaliação do presidente, poderia ser aplicado em ações sociais e também em empresas brasileiras.
A platéia, ao final do discurso, saudou o presidente brasileiro com gritos de "Viva Lula".
Lula se encontrou também com representantes da comunidade brasileira nos EUA. Eles disseram que têm interesse em contribuir com o Fome Zero, mas pediram a expansão dos serviços consulares nos EUA. (CÍNTIA CARDOSO)


Texto Anterior: Alencar compara trabalho de Lula com o de Juscelino
Próximo Texto: "Cuidado para não dormir", diz Bush a Lula
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.